Rui Costa, presidente do Benfica e candidato à presidência nas eleições de 25 de outubro, deu uma entrevista à TVI/CNN Portugal, esta quinta-feira
Corpo do artigo
Considera-se líder quando tem menos títulos que demissões na MAG? "Não estou aqui como jogador de futebol."
Ouve-se que não manda Rui Costa, é Nuno Costa... "É uma versão porque estamos em Portugal e quando se diz uma vez uma coisa vai-se atrás. Sobre as demissões, não foram todas pelas mesmas razões, saíram dois vice-presidentes e um da AG."
Não tem mão na máquina? "Noronha Lopes esteve no Benfica 58 dias. Lembrar uma coisa, entrei da manhã para a noite, assumindo tudo o que tinha na casa e nestes quatro anos foram feitas inúmeras alterações, que beneficiam o clube. As demissões tiveram todas o seu procedimento e o Benfica não parou por isso. Nenhuma se compara."
Chefe de gabinete é tóxico? "É meu chefe de gabinete, do Benfica. Não lhe vou perguntar do Sporting e FC Porto, não saberá. Tudo o que é feito no Benfica é analisado cá fora. faz trabalho excelente como chefe de gabinete e não mais do que isso. Não é presidente sombra porque o presidente do Benfica não precisa de qualquer sombra. Não fico surpreendido porque o assunto já foi abordado. Ouvi esta semana que foi ele que despediu Bruno Lage. Soube que Bruno Lage saiu de treinador depois de eu ter feito a conversa com Bruno Lage. Nuno Costa desempenha o cargo de chefe de gabinete, estou grato pelo trabalho que faz, mas unicamente como chefe de gabinete."
Rui Costa é uma extensão do Vieirismo? "Não há aqui extensão nenhuma."
Até que ponto está disposto a tirar pessoas que alimentam Luís Filipe Vieira? "Se calhar por isso para mim o chefe de gabinete não entra nessas contas. O Benfica tem mais de mil funcionários. Vou fazer como fui fazendo ao longo do meu mandato. É público, a minha administração, único do passado sou eu, em nove elementos representantes do acionista, sete administradores e eu, os sete vieram comigo, nas alterações que tinha de fazer. Entrei no porta-aviões e entendi que não o podia virar do avesso, para não ir ao fundo de uma vez por todas."
É capaz de assumir que o objetivo será passar pela primeira vez quartos e chegar meias da Champions? "É sonho que sempre tive como presidente, estivemos muito perto com Roger Schmidt, tivemos muita esperança que fosse no primeiro ano, até pelo caminho que percorríamos nesse ano. Quando se tem treinador como José Mourinho, sonha-se. Relativamente às conquistas europeias de José Mourinho como treinador do FC Porto, estamos a falar de outro quadro de competição. Eu também fui campeão europeu, não existia City, PSG, Bayern em queda livre. Sei perfeitamente em que quadro estava inserido. Ele mostrou que era possível e continuou a mostrar por onde passou. Essa também é a nossa ambição. Um treinador desta envergadura paga-se, mas não é aqui que está o custo, um treinador destes é pago."
Já há acordo para os direitos televisivos? "É um dos temas que mais nos preocupa, não vamos abdicar da situação. Consideramos que uma melhoria dos direitos para todos trazia melhor competitividade ao futebol português e o maior beneficiado seria o Benfica, mas o que nos assusta é que as promessas iniciais que todos os clubes iriam beneficiar está longe de ser verdade. Terminamos contrato atual em 2026, direitos televisivos começam em 2028, já temos em mãos duas propostas um pouco acima, ainda não aceitámos, consideramos até que podem chegar mais longe, preocupa muito mais o Benfica, mas últimos valores é para prejudicar? Benfica não vai abdicar em cada um dos seus direitos. Consideramos que sozinhos conseguimos mais do que no conjunto, vamos defender a causa até ao fim, é um problema do país do futebol, não há nenhuma janela que mostre que o futebol português vai beneficiar com esta medida. O futebol a andar para trás e nós em Portugal acreditamos que vamos conseguir..."