Rui Borges: mérito total aos jogadores, felicidade e os 15 por cento do treinador
Declarações de Rui Borges, treinador do Sporting, após o triunfo por 1-0 sobre o FC Porto na primeira meia-final da Taça da Liga
Corpo do artigo
Segredo para a vitória foi a forma coesa como a equipa esteve em campo? “Acima de tudo, a tranquilidade que tiveram uns com os outros, o compromisso, o rigor, nunca perder confiança enquanto equipa. Eu não fiz reparos. No jogo do Vitória, o Vitória acabou por ser feliz. Muito feliz com o comportamento ofensivo e defensivo da equipa. Não temos tido muito tempo de treinar em campo. Eles têm adquirido coisas com imagens, vídeos, diálogos, vamos tentando adaptar e eles, para mim, passam-me uma confiança enorme, porque sinto que eles tentam agarrar-se às coisas que nós passamos, tentam fazê-las mesmo quando não as compreendem tão bem, perguntam, ajustam-se. E depois, às vezes, com a qualidade deles, dão outras coisas no jogo. Por isso a tal história de eu dizer que só dou 15 por cento e eles dão 85. O jogo é muita tomada de decisão individual e coletiva. Feliz pelo comportamento que têm tido até agora, muito bom, com uma capacidade de competir enorme, uma equipa algo desgastada, mas com uma ambição e sede de vencer que dignifica e bem o clube que representamos.”
Esta vitória teve mão do treinador, tendo em conta a mudança do Sporting da primeira para a segunda parte? “Não, o mérito é dos jogadores, não é do treinador. É todo deles. Foi uma primeira parte equilibrada. O FC Porto teve dois ou três remates, nós temos dois ou três remates. Deixámos o FC Porto ligar algumas vezes no espaço entre linha média e defensiva. Demorámos a entender um ou outro comportamento defensivo, mas fomos equilibrando o jogo, faltou-nos energia. Mais do que tático ou técnico, era a energia em si, individual e coletiva. Apesar de tudo o FC Porto também não a tinha em demasia. Ao intervalo foi ajustar um ou outro comportamento ofensivo e defensivo. Estávamos lentos a vascular. Quando atraímos a um lado, temos de variar rapidamente para o outro, na segunda parte melhorámos nisso. Mais rápidos a perceber espaços, defensivamente mais dinâmicos, a encurtar espaços, fomos muito mais competitivos, ganhámos muito mais rápido as bolas que perdemos. Fomos crescendo. O crescer e a confiança deu-nos uma energia maior. A energia que faltou na primeira parte, tivemos na segunda. Até ao fim do jogo. Fomos perdendo algum fulgor, a equipa baixou um pouco mais, mas o FC Porto não foi capaz de causar qualquer lance de perigo claro.”
Como se sente Ruo Borges, depois de ter vencido dois clássicos? “Sinto-me feliz por poder disputar uma final, nunca tive essa oportunidade e agora tenho. Só e apenas. Feliz pelo jogo, porque foi uma vitória. Em relação ao Benfica, uma vitória que nos pôs em primeiro. Estou feliz por poder ser treinador do Sporting. Depois é acreditar muito no nosso trabalho, vou mantê-lo igual, da mesma forma, a ser o mesmo Rui Borges. A minha preocupação é fazê-los acreditar naquilo que nós passamos. Eles acreditam e a equipa vai melhorar. Tenho a certeza que quando tivermos mais tempo para trabalho campo vamos ser muito melhores, mais intensos, mais competitivos ainda, porque é assim que gostamos de ser e que este clube tem de ser. Muito feliz por eles, por mim e pela minha equipa técnica que também merece e muito disputar uma final.”