Rui Borges e o jogo com o Benfica: "Convém sermos eficazes. Podemos não ter tantas oportunidades de golo"
Declarações de Rui Borges, treinador do Vitória de Guimarães, na conferência de antevisão ao jogo com o Benfica, a contar para a 13.ª jornada.
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Preparação do jogo após vitória categórica diante do Gil Vicente: "Foram apenas e só três pontos, independentemente da boa exibição que fizemos. É normal que a equipa trabalhe de forma diferente quando se vem de uma vitória. A confiança é diferente, a alegria é diferente no dia-a-dia, mas a forma de trabalhar já é a mesma, por isso, estou tranquilo nesse sentido, não mudou em nada o foco. O foco agora é o Benfica, o Gil Vicente é passado. Foi um bom jogo da nossa parte. Agora esperam-se coisas diferentes, adversário diferente, dificuldades muito diferentes, por isso, o resultado não mudou a preparação para o Benfica".
Se sabe onde pode ferir o Benfica: "É claro que no sentido estratégico observamos e tentamos ter a capacidade para descobrir coisas do adversário, não só o Benfica como qualquer outra equipa que a gente defronte. Mas mais do que isso, é saber que vamos defrontar uma equipa que atualmente é a melhor equipa em termos de jogos jogado no nosso campeonato. O Sporting teve uma baixa de forma. O Benfica vem de vitórias desde que entrou o Bruno Lage, penso que tem à volta de 32 golos marcados, dá uma média de quatro golos em oito. Por isso, vamos defrontar uma grande equipa, uma equipa que está com uma intensidade alta, que está com uma dinâmica muito boa, uma dinâmica de vitória muito boa, muito intensa. Sabe que o primeiro classificado perdeu pontos novamente, estará muito motivado, sabe que se ganhar o jogo em atraso poderá passar para o primeiro lugar do campeonato. Sabemos que tudo mexe com o jogo. Agora, sabemos também o que podemos fazer, da forma que podemos ser Vitória dentro do jogo, vamos encarar o jogo como encaramos qualquer outro adversário, sabendo que atualmente é a equipa que melhor está, que nos vai pôr muitos problemas. Mas também acredito que existe o respeito pelo que o Vitória tem feito ao longo da época e que vamos tentar dividir o jogo ao máximo. Não mudamos a nossa ideia de jogo, não mudamos a nossa forma de jogar, independentemente do adversário, sabemos sim e identificamos, sim, outros problemas que nos criam. Não deixaremos de ser Vitória".
Importância do regresso de Tiago Silva: "Os jogadores são todos importantes. O Tiago tem sido um jogador importante, ele sabe, toda a gente sabe, o grupo sabe, tem feito um início de época muito, muito bom, muito acima da média, mas os jogadores são todos importantes. Fico feliz por ter todo o grupo quase disponível, por isso, há uma maior dor de cabeça para mim, mas feliz por vê-los todos disponíveis, porque aumenta a competitividade também interna, aumenta a competitividade diária do treino. Estão mais concentrados, mais focados, porque sabem que o treinador também dá oportunidades, e tem dado oportunidades a toda a gente. Toda a gente conta e eles sabem disso, treinam no máximo, porque sabem que a qualquer momento podem ser opção. É um jogador diferenciado mas são todos importantes".
Se fica com mais dores de cabeça após a exibição do Manu Silva: "O Manu já tinha feito um grande jogo em Almaty, por isso a oportunidade surgiu outra vez de jogar aqui com o Gil.Fez um grande jogo mas são adversários diferentes, criam coisas diferentes, obrigam-nos a ver coisas diferentes do Gil Vicente. Mas sim, é uma boa dor de cabeça, todos têm dado resposta, as dores de cabeça têm sido semanais, porque todos eles têm dado uma excelente resposta. Há muitas outras dores de cabeça. Estou feliz por acima de tudo ter toda a gente disponível".
Quão mais difícil é para uma equipa que vem de uma boa fase: "O difícil é contrariar qualquer equipa. Estamos a falar de uma equipa, uma dita grande, logo por aí a qualidade individual é maior, de forma coletiva também, por isso vai-nos criar muitos mais problemas, é uma equipa que está cheia de confiança, marca muitos golos, joga em casa. Sabemos o que é jogar em casa do Benfica, perante os adeptos, perante uma casa cheia. É muito importante entrar bem no jogo, porque acredito, como eu disse anteriormente, com tudo o que tem acontecido, com o baixar do rendimento do Sporting, tudo é uma conjugação de fatores, tudo vai empolgar o Benfica ainda mais e os adeptos também. Mas também pode ter o lado negativo, como excesso de confiança e vontade, o que também pode jogar a nosso favor".
Se preparou a equipa para estar sem bola: "Quando não conseguimos assumir, porque por mais a equipa treine e tenha uma ideia de jogo, e não vamos fugir dela, o ADN amanhã será igual, não vai fugir. Quando estivermos mais baixos, é porque o adversário é melhor que nós, e obriga-nos a isso. Temos de estar capacitados para isso e estamos, desde o primeiro dia em que começamos a trabalhar. Eles percebem todos os momentos do jogo, em que zona do campo estamos, percebem tudo isso, é perceber é que, por mais que a gente tenha um ADN, por mais que a gente tenha uma ideia... Tivemos ali também uma quebra física, em termos, não só físicos, mas também mental. Por mais que queiramos ser profissionais, por mais que queiramos ter bola, os jogadores não estão sempre da mesma forma. Não mudamos nunca, em algum momento, a nossa ideia de jogo, a nossa maneira de jogar. A diferença contra estas equipas, é que, e vamos ser pressionantes, é perceber que, ao mínimo erro, eles na definição talvez definam melhor. Um centímetro, fará a diferença. Se calhar, como outras equipas, temos três oportunidades e não fazemos golos e com estas equipas, uma basta. O Benfica, se calhar, é uma boa demonstração disso, porque está numa fase muito positiva, com muitos golos marcados. É uma equipa que define bem, tem jogadores, com num processo ofensivo muito bom. O Di Maria é claramente acima da média nas tomadas de decisão. E convém também conseguirmos ser eficazes, porque, se calhar, não teremos tantas oportunidades para fazer golos como temos tido nos últimos jogos. Mas o futebol é tão imprevisível que, às vezes, temos duas oportunidades e fazemos dois golos. É muito do momento do jogador, há coisas que nós não controlamos, por mais que queiramos".
O que o Vitória pode aproveitar olhando o sistema ofensivo do Benfica: "Não, não acho que seja, melhor no processo ofensivo do que no defensivo. Em termos defensivos é muito competente, tem dois centrais, bastante equilibrados, um mais novo, um mais rápido, um mais lento, um mais forte nos duelos. Estas equipas, normalmente, são equipas que gostam de ser pressionadas no meio-campo ofensivo. Tentam matar jogo, tentam não deixar entrar o adversário em transição, a maior parte do tempo também estão em processo ofensivo. É natural que sejam mais intensos, mais agressivos, mais fortes. É tentarmos ser o mais dinâmicos possível, tomar decisões simples, dar muita mobilidade ao jogo e expor o Benfica a coisas diferentes, e a espaços que, se calhar, têm mais dificuldades".
Se Borevokovic continua em dúvida: "Mantém-se em dúvida até ao jogo. Teve ali uma pequena, vamos ver se estará disponível".