Adaptado a extremo, brilhou na noite europeia com o primeiro bis e com um golaço de bicicleta. Vasco Seabra deteta-lhe uma falha
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Ainda há uma primeira vez para Mangas. O bis que assinou na goleada ao Floriana (4-0), por exemplo, é uma marca inédita nas provas profissionais. No entanto, não é uma situação totalmente nova, isto porque já fizera o mesmo ao serviço dos sub-23 do Aves, frente ao Feirense, e nos juniores do Tondela até conseguiu um “hat-trick”.
A noite foi de intenso brilho em termos coletivos e para Mangas ainda mais, dada a beleza técnica do golo que marcou de bicicleta. A importância no onze aumentou, apesar de se tratar de um ativo com mercado. Falta saber se a SAD do V. Guimarães resistirá à tentação, segurando um jogador que tem contrato até 2026, numa altura em que efetivou a transferência de Jota Silva para o Nottingham Forest.
Mangas é um lateral-esquerdo adaptado a ala. Por isso, Rui Borges lembrou, no final do jogo europeu, que lhe faltam “coisas de um extremo de raiz”. Essa observação não teve uma intenção depreciativa, pelo contrário, o treinador fez questão de vincar a satisfação pela resposta e compromisso em campo. Características identificadas também por Vasco Seabra, que o treinou no Boavista. Destaca, sobretudo, “a capacidade de entender, de se dedicar, de se comprometer”, além da “alegria que dá ao jogo”.
Reconhece, todavia, que Mangas “não tem as características totais de extremo”, porque “não apresenta tantos recursos no um contra um ofensivo” no último terço. “Em drible e em finta, ou seja, drible curto e finta mais curta. Penso que é sobre isso que Rui Borges estaria a falar”, explica. É apenas um pormenor num jogador que acaba por reunir outros predicados de extremo, como “velocidade e capacidade de cruzamento, que é boa”, resume. “E tem dimensão física para ter presença na área”, complementa o técnico. No geral, é um jogador que “consegue fazer as coisas de forma muito correta, e dificilmente falha”, realça ainda Seabra, elogiando-lhe “a inteligência” e “a compreensão”, além da polivalência. Mangas, recorda, até jogou como central no Boavista, comprovando que “consegue cumprir nas diferentes funções”.