Foi homenageado pelos 410 jogos ao serviço do Braga. Falou da carreira e dos sonhos que ainda tem por alcançar, com algumas curiosidades, como os gritos de António Salvador no balneário, que lembrou com boa disposição
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Ricardo Horta foi esta quinta-feira homenageado pelo Braga, no estádio, numa cerimónia pomposa liderada por António Salvador com presenças de Pedro Proença, presidente da Liga, e também Hélder Postiga, em representação da FPF. O criativo dos minhotos, com nove épocas no clube, foi tributado pelos 410 jogos pelo Braga, novo máximo na história do emblema, superando José Maria Azevedo.
Num podcast que se seguiu ao ato solene e, num registo mais descontraído, Ricardo Horta falou para a plateia sobre as últimas emoções, percorrendo momentos da carreira. Foi primeiro desafiado a tecer comentários à grande aproximação do Braga dos lugares da frente numa bela sequência de resultados, que coloca os guerreiros, nesta fase, a dois pontos do FC Porto e do terceiro lugar. "Sempre jogo a jogo, temos de nos manter humildes a fazer o nosso percurso, a verdade é que estamos quase a apanhar quem está à nossa frente. Esse é o caminho a percorrer, a nossa hora vai chegar", avisou o atacante, partilhando a pretensão que conserva a cada época que arranca em Braga. "Falta-me ser campeão nacional, acho que está preparado por um crescimento visível para todos. Estamos a encurtar essa distância e se me perguntam o que falta, só posso falar do desejo de ser campeão nacional", frisou Horta, recordando fragmentos de sucesso, imagens imbatíveis, das nove épocas no clube e da coleção de 410 jogos. "Tenho de eleger a conquista da Taça da Liga em Braga, o meu primeiro troféu. Depois de vencermos o Sporting, foi a final com o FC Porto e a vitória surgiu com um golo meu no último segundo. É o que vem mais à memória", destacou, elegendo um livre ao Paços como "o golo mais bonito".
O jogador também revelou um pouco da razão da sua popularidade no balneário e de ser um capitão muito respeitado. "Personifica a maneira de ser. Aprendi com vários capitães que tive e tento enquadrar-me na forma de estar no clube. Também tento maner-me jovem, porque há sempre muitos jovens a chegar ao clube", gracejou Horta, chamando uma pergunta que mereceu a resposta que mais gargalhadas arrancou entre os presentes. "Os momentos mais complicados acontecem sempre que o presidente vai ao balneário aos gritos. Na realidade são os momentos após resultados menos positivos. Mas os grupos que tenho apanhado têm sempre conseguido dar a volta a estas situações", registou Horta, que esta noite é estrela de um documentário que será estreado na NEXT.
Do mesmo constam depoimentos de várias pessoas ligadas ao trajeto do jogador. Ouviu-se Roberto Martínez congratular o capitão dos bracarenses. "No futebol sempre se trabalha para criar memórias e tu conseguiste! Atingir essa marca é um orgulho. Ficam as felicidades de toda a família da Federação e da tua Seleção." Rúben Amorim também brindou de Manchester o seu antigo jogador. "Foi muito importante para mim e tornou-se um dos mais marcantes jogadores da história do Braga. Além de um grande jogador, é uma grande pessoa. É o jogador que todos gostavam de ter, já o dizia no Sporting." Juntaram-se ainda breves depoimentos de Sequeira, Rúben Neves e Bernardo Silva.