Conceição vincou aos jogadores que não podem aceitar ser figurantes na liga e apelou a que não baixassem os braços em busca de feito inédito. Atraso de oito pontos em relação ao comandante é a segunda maior desvantagem de sempre dos azuis e brancos com 22 jornadas disputadas. Máximo de pontos recuperados no passado foi... cinco.
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É um lugar-comum dos treinadores dizer que não existem jogos e campeonatos iguais, mas por mais distintos que possam ser determinados contornos, há uma tendência para o desfecho de alguns ser exatamente o mesmo. É o que nos demonstra a história desde 1995/96, altura em que a vitória passou a valer três pontos, sempre que o FC Porto chegou à 22.ª jornada de uma edição da liga com 18 equipas com um atraso pontual para o topo da classificação como o atual (oito pontos).
Treinador entende que a dualidade de critérios dos árbitros ficou evidente nos encontros de FC Porto e Benfica este fim de semana e que isso influencia a classificação
Os dragões nunca conseguiram recuperar de uma desvantagem tão grande, mas Sérgio Conceição não se conforma com a maneira como a narrativa deste campeonato tem sido escrita.
No regresso da equipa ao trabalho após a derrota com o Gil Vicente, O JOGO sabe que o treinador abraçou o sentimento de revolta que consumiu os portistas no domingo e não se limitou a dissecar o desaire através do visionamento de vídeos, passando também uma mensagem forte aos jogadores. Conceição sublinhou que não podem aceitar ser figurantes numa história que considera escrita desde o início da época e apelou que ninguém baixasse os braços na tentativa de consumar uma reviravolta inédita. A indignação do treinador nem é tanto pelo que aconteceu com os gilistas, uma vez que, como ficou bem patente na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro, entende que este não teve nada de anormal em comparação com outros desde que chegou ao clube. Contudo, está plenamente convencido de que a dualidade de critérios dos árbitros nos encontros de FC Porto e Benfica ficou mais do que evidente este fim de semana e que isso influencia fortemente a classificação.
Voltando aos registos históricos dos campeonatos com 34 jornadas, note-se que a desvantagem de oito pontos ao fim de 22 rondas é a segunda maior do FC Porto de 1995 para cá. Só em 2020/21, já com Sérgio Conceição como treinador, a diferença para o comandante em igual período era superior (dez pontos). É verdade que os azuis e brancos já conseguiram chegar ao fim da prova em primeiro estando atrás nesta fase, na temporada de 2019/20, mas o atraso de então (um ponto) era substancialmente inferior ao atual. Nas demais edições, o melhor que lograram foi encurtar distâncias, com a de 2020/21 a merecer novamente referência, já que os dez pontos à 22.ª jornada caíram para cinco no fim da 34.ª. Agora, porém, é preciso anular oito.