Jaime Antunes, vice-presidente do Benfica, falou à BTV
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A Mesa da Assembleia-Geral alargou o prazo da AG extraordinária para o final do mês. Houve várias sensibilidades, que proposta final é esta? "A Direção está disponível para esclarecimentos com toda a transparência. Proposta de revisão há mais de um ano. A comissão produziu um documento, foi analisado pela Direção, que introduziu alterações e aí submeteu-se para o conhecimento de todos. Houve muitos sócios a participar com sugestões de alternativas. Apareceram três propostas globais, e a Direção, recolhendo algumas dessas sugestões, aprovou uma proposta global final da Direção. Entretanto, surgiu também o "Movimento Servir o Benfica", liderado por Franscico Benítez, que apreentou uma proposta global de alteração de estatutos, e a Comissão Técnica inicial, ou a maioria dos seus membros, também decidiram apresentar o documento inicial como a proposta alternativa. A MAG aceitou as três propostas globais e perante esta situação de três propostas, na Direção discutiu-se o assunto e empenhámo-nos num processo de discussão com os proponentes das propostas no sentido de encontar uma proposta comum que fosse um único documento global de alteração para apresentar na AG. Criando condições para que houvesse de facto uma mudança de estatutos. É importante que haja uma mudança de estatutos, que sejam adequados à realidade de hoje e não uns estatutos com décadas, e que foram fantásticos. A Direção empenhou-se, fiz a coordenação, e chegou-se a um consenso. A Direção está a dizer aos sócios que estamos aqui para unir o Benfica, para encontrar consensos em questões estruturantes para o Benfica. Todos estão de parabéns, a Direção, os outros proponentes, que aceitaram participar e chegar a uma única proposta global de revisão de estatutos, independentemente de propostas pontuais que na especialidade a MAG terá em conta."
Grandes mudanças? "Três ou quatro questões que gostaria de enfatizar: um grande bloco, a valroização dos sócios. O Benfica é um clube dos sócios. E é para os sócios que a Direção tem de trabalhar, são os donos do Benfica, vai de encontro a valorizar o papel dos sócios. Os sócios correspondentes, que têm quota inferior, mas não podem ser eleitos para os órgãoes sociais, se quiserem passar a efetivos, têm contagem do tempo a 50 por cento. Valorização dos sócios mais jovens, até 5 anos tinham um voto, nesta passam a ter três votos e os de cinco anos passam a ter dez. Um incentivo a que os jovens entrem e fiquem. Para os mais antigos, os 20 e os 50 votos ficam iguais. Quanto aos sócios vitalícios ficam consagrados os seus direitos. Sócios são também valorizados na AG, uma maior força e poder aos sócios na gestão do que é fundamental no Benfica. Nos estatutos atuais a AG aprova apenas as contas do Benfica, com os novos estatutos a AG passa a aprovar as contas consolidadas, representativas do universo Benfica e não apenas individuais do Sport Lsiboa e Benfica. Isto é uma mudança que não tem sido muito falada mas que é extraordinária do ponto de vista do poder dos sócios. E a obrigatoriedade de a AG aprovar um regulamento de ética e boas práticas do Benfica. Outro aspeto muito importante é a valorização do Sport Lisboa e Benfica na gestão do universo Benfica. O futebol profissional desempenha esse papel através da SAD, com a proposta de estatutos reforça-se o maior peso e intervenção do Benfica nas participadas e nas sociedades desportivas. O Benfica não pode perder a maioria, tem de manter a gestão e compete sempre ao Benfica indicar o presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva se ela existir. Criou-se instrumentos de responsabilidade das Direções futuras do Benfica de assumirem a liderança clara das sociedades."
Evitar que possa aparecer alguém que se torne dono do Benfica? "É impossivel com estes estatutos. Para que isso pudesse acontecer tem de haver uma AG para alterar os estatutos para viabiliar uma situação desssas. Uma Direção futura não poderá criar uma situação dessas em que o Benfica ficasse minoritário. São pontos estruturantes."