Ricardo Silva, treinador do Länk Vilaverdense, orienta o único clube que ainda não perdeu na Liga 3. Futebol praticado pelos minhotos tem despertado a atenção dos adeptos.
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Ricardo Silva, 40 anos, está a cumprir a segunda temporada no Länk Vilaverdense. Na época passada subiu os minhotos à Liga 3 e na atual orienta uma equipa que ainda não perdeu em 16 jogos, 12 para o campeonato. Chegar à fase de subida não é um objetivo declarado, mas os números não enganam e demonstram "consistência".
Desportivamente, este será um Natal bem passado?
-O Natal em família iria ser sempre bem passado. Desportivamente, não diria que melhor é impossível, pois é sempre possível melhorar, mas os resultados têm sido positivos, a consistência está lá e estamos bastante felizes.
Chegar a esta altura do ano com o estatuto de única equipa que ainda não perdeu na Liga 3 supera as expectativas?
-A competitividade da Liga 3 é exatamente o que estávamos à espera. O futebol, como todos sabem, tem três resultados e nós temo-nos sujeitado a, apenas, dois, a vitória e o empate. Este cenário é algo que estava dentro das nossas melhores expectativas, porque sempre acreditámos no nosso trabalho. Quem não está no clube, pode achar que estamos a surpreender, mas isso é fruto da qualidade que temos dentro de portas.
Os próprios números, com 12 jogos, 24 golos marcados e sete sofridos, evidenciam um futebol positivo da equipa?
-Os números são muito bons, temos uma média de dois golos por jogo, sofremos menos de um por partida e, acima de tudo, temos sido consistentes. Os números dão garantias que temos aspirações de lutar pelos quatro primeiros lugares.
Se chegarem à fase de subida, qual será o vosso pensamento?
-Continuaremos com o mesmo pensamento de arranjar ferramentas para ganhar o próximo jogo. Se chegarmos à fase final, iremos abordá-la da mesma maneira.
Depois desta campanha até ao Natal, será uma deceção se no final da fase regular não ficarem nos quatro primeiros?
-O nosso principal objetivo é a permanência. Temos esta fase regular para o conseguir, mas, como temos três vitórias seguidas, também podemos perder três vezes e, se isso acontecer, podemos perder lugares. Temos de tentar que esse momento nunca chegue. Contudo, se chegar, saberemos aceitar.
Paralelamente, a campanha na Taça de Portugal também é assinalável. Até onde sonham ir?
-Adoro a Taça de Portugal e o espírito que a prova tem. Sabemos que é difícil ir mais além, que será difícil vencer a B SAD, mas queremos tentar chegar às meias-finais.
A equipa é formada por um misto de juventude e experiência. Há miúdos prontos para dar o salto?
-Sem dúvida. Temos uma identidade excelente. Toda a gente sabe o que tem de fazer e vai atrás da ideia com um compromisso brutal. Todavia, se não houver qualidade individual, não há equipa que resista. Temos jogadores em ponto rebuçado, com 23/24 anos e, do que tenho visto e sentido, vão chegar, ver, vencer e instalar-se noutros patamares.
Pediu alguma prenda de Natal à SAD para reajustar o plantel?
-Não é um assunto preocupante para nós. Tivemos um azar com o Maviram e estamos a segurar-nos com sete defesas. No entanto, o regresso está para breve. O João Caiado teve uma lesão mais grave, pode voltar até ao final de abril ou pode não jogar mais esta temporada. Tínhamos poucos médios e pode ser por aí a entrada de um jogador, mas não é preponderante, porque o grupo está saudável e unido.
Dentro de portas, o clube também é, por si só, organizado e estável?
-Este é um clube organizado e que sabe o que quer. Contrataram um treinador porque simplesmente estavam convictos no que estavam a fazer, não tive ninguém que me colocasse aqui. Sinto-me bem, tenho mais um ano e meio de contrato, o Länk está a dar passos pequenos, mas sólidos. Quando chegámos, a bancada estava despida e, neste momento, está praticamente cheia. As pessoas acreditam. Não há clube que cresça sem adeptos.
O treinador está numa montra, tal como os jogadores? O telefone nunca tocou, nos últimos meses, para abraçar outros desafios?
-Tive algumas abordagens, mas a saída teria de ser para um patamar muito superior. II Liga? Depende do projeto, enquanto a I Liga está sempre no horizonte de um treinador com a minha idade e ambição. Tenho dado passos sólidos e firmes. Admito que esteja nessa montra, não há como esconder. Os números valorizam a equipa e o treinador também um desses elementos.
Começou a treinar muito novo. Nunca quis ser jogador durante mais tempo?
-Comecei a treinar com 18/20 anos, desde que me dediquei à faculdade. Joguei futebol de formação no Ponte, mas percebi que, como jogador, não iria ter o percurso que desejava. Então, tomei opções, optei pela via de treinador, gostei e não mais saí. Entretanto, tive de me tornar profissional, mas não olho muito para a frente, porque quando isso acontece, corre mal.
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