Terminado o campeonato 2020/21, tempo para um balanço e dar nota de várias curiosidades em torno da competição.
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Foi preciso esperar pela última jornada do campeonato para, pela primeira vez na época, passar os 30 golos numa só ronda.
Não é de admirar, porque depois de algumas épocas de recuperação das médias de golos por jogo - e que chegou em 2012/13 a ser a melhor das últimas 37 épocas, com 2,78 - estamos a assistir a uma travagem assinalável e que começou na temporada passada.
Depois dos 2,70 de 2017/18 e 2018/19, naquela que foi a terceira melhor média das últimas 33 épocas, o ritmo goleador abrandou para os 2,49 de há duas épocas e para os 2,42 desta época que agora finda.
Entre as várias possibilidades desta quebra, há uma que levanta mais suspeitas. A pandemia, que deixou os estádios vazios nas últimas dez jornadas da época passada e praticamente toda esta época, à excepção de seis partidas, terá uma relação directa com a desinspiração dos ataques da Liga NOS?
Curiosidades
Taremi foi o rei das assistências
O portista Taremi foi o jogador com mais assistências da Liga. O internacional iraniano fez 11 passes para golo, mais um do que Everton (Benfica) e dois do que Darwin (Benfica) e Otávio (FC Porto). Nas duas épocas anteriores essa distinção foi de Pizzi (Benfica), com oito (2019/20) e 19 (2018/19).
Metade das equipas mudou de treinador
Foram nove as equipas que mudaram de técnico com a prova a decorrer e o V. Guimarães teve quatro (!). Ainda assim, parece ter havido um pouco mais de moderação depois das 16 chicotadas da época passada. Não, vida de treinador não é fácil.
Únicos dois totalistas são guarda-redes
Os guarda-redes Kieszek (Rio Ave) e Léo Jardim (Boavista) são os únicos totalistas do campeonato. Fizeram 34 jogos completos, escapando a lesões, castigos e opções do treinador. De entre os jogadores de campo, Coates (Sporting) foi o mais utilizado (33 jogos completos), seguido de Maurício (Portimonense). Ambos defesas centrais, note-se.
João Pedro, a substituição predileta
O avançado João Pedro, do Paços de Ferreira, foi o jogador da Liga que mais vezes saltou do banco com o jogo em andamento. Foram 24 jogos (ou seja, dois terços do campeonato) utilizado desta forma. No outro extremo está Bracali, guarda-redes do Boavista, com 33 partidas no banco e sem uma chamada a jogo.
Godinho foi o árbitro com mais jogos
Luís Godinho (AF Évora) foi o árbitro com mais jogos apitados na Liga NOS. Dirigiu 22 encontros, ao passo que Miguel Nogueira (AF Lisboa) e Hugo Silva (AF Santarém) ficaram-se pelos cinco. O juiz com a média mais pesada de cartões amarelos acabou por ser António Nobre (AF Leiria), com 6,25 por partida.
23 golos
O hat-trick de Pedro Gonçalves (só havia um, pelo tondelense Mario González) valeu ao sportinguista a distinção de melhor marcador. Note-se que, dos 23 golos, só dois foram de penálti.
7 é o maior ciclo
Helton Leite (Benfica) foi o guarda-redes que conseguiu o maior ciclo consecutivo de jogos sem golos sofridos na Liga NOS. Foram sete partidas, entre a 20.ª e a 26.ª jornada (começou a ser titular à 19.ª ronda).
26.º autogolo
O autogolo do maritimista Karo (passe não rececionado por Charles) foi o 26.º da prova. É o único na própria baliza nascido fora da grande área (21 deles sofreram desvios fatais na pequena área).
0 expulsões
O Benfica foi a única equipa a chegar ao final da Liga NOS com o cadastro limpo de vermelhos. É preciso recuar quatro épocas para encontrar igual. Foi em 2016/17 e o V. Setúbal até somou menos nove cartões amarelos do que as águias.
75,7% eficácia de passe
O Farense é uma equipa de duas caras. O futebol vistoso (11.ª com mais remates, 335; 6.ª com mais cruzamentos, 504), foi traído por um controlo deficiente do jogo (2.ª pior posse de bola, 43,9%; pior eficácia de passe, 75,7%).
0,36 pontos por jogo
A contratação de Manuel Machado para salvar o Nacional foi inglória. De entre todos os técnicos que saíram e entraram, este acabou por ser aquele com a pior média de pontos por jogo: 0,36 (apenas quatro pontos em 11 partidas).