Pinto da Costa, presidente do FC Porto e candidato às eleições de 27 de abril, é entrevistado esta noite no Jornal da Noite, da SIC
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A 26 dias de ir a votos pela 16.ª vez encontra alguma relação direta entre o momento eleitoral e o momento desportivo?
“Vou fazer 42 anos de presidente, conseguimos vencer 2566 títulos, 68 no futebol, sete deles internacionais. Temos mais títulos internacionais do que todos os outros juntos. A grande base do sucesso, porque tivemos grandes treinadores sempre, todos praticamente foram campeões nacionais. Os que não foram, porque estiveram pouco tempo, deixaram marca com títulos. O Octávio Machado e o Paulo Fonseca, que saíram a meio da época, venceram a Supertaça. Estão na marca desses 68 títulos. A grande base foi a união dos sócios. Desde que apareceu esta candidatura, não tem feito mais nada a não ser tentar dividir os sócios.”
Ir a uma final europeia. Coloca essa frase neste mandato?
“É um dos objetivos, sim senhor. Se este ano não há a cena dos penáltis, eu acho que íamos à final. A equipa demonstrou que o Arsenal, que deu 5-0 nos jogos anteriores, num jogo completo e noutro com prolongamento, não conseguiu fazer um golo ao FC Porto.”
Divisão, qual a manifestação?
“Ingratos ou não, cada um reage como quer. Há dois pontos: a candidatura do Luís André [Villas-Boas] e a minha candidatura. Até à do Luís André, eu era presidente dos presidentes, merecia uma estátua, tenho documentos escritos a dizer que sou o herói da vida dele. Era tudo bom, era o maior. Porque pensavam que não me ia candidatar. Quando apresento a minha candidatura, está tudo mal. A Academia, que vai ser a melhor do país, passou a não valer nada. Querem transferir para um galinheiro no Olival. Eu era o presidente dos presidentes! Ia ter isto, uma estátua... Depois, estava tudo mal.”
Afastamento de Villas-Boas?
“Não houve afastamento nenhum. Há muito tempo que não falava com ele. Tive ótimas relações com ele como treinador. Estou na minha posição, defender o FC Porto, lutar pelo FC Porto. Eu era o presidente dos presidentes, mas quando me candidatei ficou tudo mal. Não é o Luís André [Villas-Boas] que tem culpa. Não tinha de falar comigo. No lugar dele, se calhar teria uma palavra, mas não era necessário. Ele era livre. Acho que foi empurrado para isto por quem tem outros interesses. O Joaquim Oliveira alguma vez foi amigo do André Villas-Boas? São interesses televisivos. A Olivedesportos pagava 15 ou 16 milhões e passamos a receber 45 M€. A oferta da NOS era 39 M€.”