Presidente do FC Porto regressa esta terça-feira ao concelho de Santa Maria da Feira. Estará presente no Auditório dos Bombeiros Voluntários da Arrifana
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A presença de Pinto da Costa em Arrifana esta terça-feira (20h00, no Auditório dos Bombeiros Voluntários) leva o presidente dos dragões ao concelho de Santa Maria da Feira, onde viveu o seu primeiro encontro com portistas, fora da cidade, no caminho para a presidência do FC Porto, quando arregimentava forças e contagiava o universo afeto ao clube.
Manuel Couto, conhecido como Neca Couto, industrial do papel, amigo e um dos grandes entusiastas do avanço de Pinto da Costa no meio de um período de convulsões que antecipavam mudanças no clube, era um homem forte e de grandes recursos do concelho da Feira e até foi sondado pelo próprio Pinto da Costa como candidato ideal à presidência, antes deste, num almoço a dois, lhe dizer prontamente que o FC Porto precisava mais da cabeça de Pinto da Costa do que da carteira de Neca Couto. Momento decisivo que fez Pinto da Costa encabeçar o movimento e iniciar a partir de agosto um 1982 um reinado que ainda não se esgotou, sempre, na fase inicial, com um suporte forte deste industrial, acabando por ajudar a promover esse encontro com portistas de Santa Maria da Feira, na Casa do Povo.
Davam-se os primeiros passos de um grande orador e um fulminante conquistador de massas, mesmo que não tenha falado envolvido por um banho de multidão, pois os tempos eram outros e o local não muito denso. José Nuno, um portista devoto do concelho, hoje a caminho dos 85 anos e já não tão comprometido com a liderança de Pinto da Costa, garantindo-nos que apoiará André Villas-Boas, recorda o momento, até porque o respeito e a gratidão ao responsável de uma obra recheada de títulos no clube azul-e-branco é intacto. "Não foi tanto um comício, foi mais uma reunião de portistas e uma sessão de esclarecimento, numa fase importante. Já se percebia o carisma que aí vinha, a capacidade de falar e de liderar. A vinda à Feira resulta dos contactos prévios que existiram entre Pinto da Costa e Neca Couto para que fosse ele antes o presidente. Acabou por ser peça importante do movimento. Eu já conhecia o Pinto da Costa, pois recordo-me que ele e Pedroto vinham regularmente a jogos do Feirense e ficavam no camarote de imprensa. Estabeleci uma certa amizade com eles assim", conta este portista e homem da comunicação social em Santa Maria da Feira.
"Esse é um tempo em que os portistas ansiavam um messias que os conduzisse à glória. E apareceram dois profetas, Pinto da Costa e Pedroto. Pinto da Costa avança decidido com apoio material de Manuel Couto e projeto do mestre Pedroto, tendo sido a sua morte prematura uma grande contrariedade. Recordo-me de Pinto da Costa me confidenciar no velório as dificuldades que enfrentava pela situação financeira que encontrara", ainda explicou José Nuno, sócio número 1 da casa do FC Porto de Santa Maria da Feira, concelho sempre responsável por fortes ondas de apoio aos dragões. Manuel Couto, diga-se, esteve intimamente ligado a uma das primeiras grandes ações de Pinto da Costa como presidente, no que foi o plano e o agilizar financeiro da operação de resgate de Fernando Gomes, que havia saído para o Sporting Gijón.