Na ressaca de um empate caseiro arrebatador com o Benfica - depois de estar a perder por 0-2, ao intervalo -, o Boavista prepara-se para tentar arrancar no Estoril a vitória que lhe foge há quase dois meses. A boa notícia para os adeptos é que, apesar do sabor a pouco, quando se fazem contas aos pontos, o caminho tem sido muito agradável de acompanhar.
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Quase dois meses e nove desafios depois (uma derrota, oito empates), os adeptos do Boavista olham para a equipa de Petit e interrogam-se com a mesma impaciência das crianças a caminho de um destino com promessa de felicidade: ainda falta muito para chegar... à vitória? Neste caso, a promessa deixada pelo treinador, este sábado, em conferência de imprensa, de que os axadrezados tentarão arrancá-la ao Estoril é precedida daquilo com que os pais distraem a impaciência dos mais novos - um trajecto agradável, e o empate caseiro com o Benfica, depois de estarem a perder por 0-2 ao intervalo, está a aí para diluir a frustração.
"Conseguir esses três pontos que andam a fugir há algum tempo" é já uma saudável obsessão, admitiu Petit.
Cada jornada resgatada com pontos, apesar do triunfo que insiste em fintar o Boavista, tem encerrado lições importantes. "Queremos mais regularidade nos 90 minutos, entrar melhor no jogo, nunca ir atrás do resultado, sabendo que, amanhã, é um jogo difícil, mas que vamos com essa ambição, esse querer dessa vitória para darmos um salto na tabela classificativa, para dar mais confiança aos jogadores. Temos trabalhado sempre da mesma forma, desde que chegámos aqui, e essa vitória tem de aparecer. Esperemos que, amanhã, aconteça", afirmou Petit.
Enquanto corre atrás dos três pontos, o Boavista tem mostrado uma "capacidade de acreditar naquilo que se faz" que tem arrebatado a bancada e ajudado no caminho dos pontos. É também essa característica coletiva que sustenta a convicção de Petit de que, apesar das "dificuldades" que o Estoril é capaz de impor, a vitória está "mais perto": "É claro que gostaríamos que a equipa fosse mais regular, ao longo dos 90 minutos, que as entradas fossem melhores. Já andamos há vários jogos a ir à procura do resultado, há reação, isso é um bom sinal que a equipa tem dado sempre, mas essa reação tem de ser logo no primeiro minuto: entrarmos concentrados, dentro das nossas dinâmicas, observando também aquilo em que o adversário nos pode criar perigo, mas, de resto, damos seguimento ao nosso trabalho, àquilo que temos feito em todos os jogos. Trata-se de criar oportunidades, consentir poucas, não sofrer, também, que é importante. Trabalhamos, analisamos o que temos feito e vamos tentando trabalhar sempre, de dia para dia, para a equipa evoluir, e [para] essa vitória que nos foge há algum tempo".