O antigo assessor jurídico do Benfica assumiu ter pedido algumas informações a José Augusto Silva por curiosidade, mas que não soube nada de relevante
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Paulo Gonçalves foi ouvido esta terça-feira no âmbito do processo E-Toupeira, no qual é arguido, juntamente com José Augusto Silva e Júlio Loureiro. Durante a audição, que durou mais de três horas, o coletivo de juízas procurou saber qual o grau de amizade do antigo assessor jurídico dos encarnados com os outros arguidos.
A amizade com José Augusto Silva foi mais esmiuçada e Paulo Gonçalves assumiu que chegou a oferecer um casaco de aquecimento do Benfica ao filho deste oficial de justiça. "Foi uma prenda de Natal, paga do meu próprio bolso", recordou.
A dado momento, Paulo Gonçalves criticou a forma como o processo decorreu, designadamente as buscas."Em algumas situações são eticamente reprováveis. Se um cão hoje ladra às 7h penso que é a PJ a entrar-me em casa. Vejo filmes policiais e lembro-me da pior noite da minha vida, quando estive detido. Não corrompi ninguém, não corrompo amigos. Outra coisa que não passa despercebida em tribunal são as circunstâncias. O Benfica viu os e-mails devassados, seja o meu vencimento, seja o empréstimo bancário... O meu filho esteve entre a vida e a morte. Eu perdi o discernimento. Não é justificável mas ajuda a explicar em parte o que se passou", concluiu.