Atacante com menos influência e utilização desde a chegada de Paulinho e sem espaço na alternativa tática.
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Peça fundamental na equipa leonina na sua fase de maior fulgor na Liga NOS, Nuno Santos tem vindo a desaparecer e a sua perda de influência pode ter várias explicações, com a consequência evidente da perda de acutilância no ataque à profundidade.
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Paulinho foi o reforço sonante e a sua chegada é uma das causas para a quebra de Nuno Santos, tal como a necessidade de Rúben Amorim de encontrar estratégias alternativas para surpreender os rivais, entretanto melhor preparados para travar a forma de jogar dos verdes e brancos.
Paulinho estreou-se à 17.ª jornada, contra o Marítimo, e a partir daí começou a acentuar-se o desaparecimento de Nuno Santos, com os seus minutos a descerem a pique: de 1089" antes da contratação de Paulinho (75,625% do total da equipa nas 16 primeiras jornadas, nas quais foi titular em 13 ocasiões e marcou cinco golos), Nuno Santos passou a 423" (47% do total da equipa nas últimas dez jornadas, nas quais entrou no onze apenas cinco vezes e marcou um golo).
A dificuldade de Amorim em encaixar os dois jogadores em simultâneo fica patente também nos minutos que somam em conjunto no relvado: 170" (distribuídos por 66" contra o Marítimo, 90" contra o Gil Vicente e 14" contra o Famalicão). Com Paulinho como a grande aposta, Pedro Gonçalves dos melhores da Liga NOS esta temporada e com peso na construção e na finalização, e Tiago Tomás como "carraça" e agitador predileto, Nuno Santos tem sido relegado para segundo plano. E na última partida a "sua" posição teve outro protagonista: João Mário.
Nuno Santos formou um trio de ataque de sucesso com Pote e Tiago Tomás. Entretanto perdeu o lugar para Paulinho e até para João Mário
"A verdade é que, se calhar, não somos tão acutilantes como já fomos. Usávamos muito o espaço nas costas, agora não temos esse espaço para atacar nas costas. Os jogos não são divididos", analisou o técnico Rúben Amorim na antevisão da partida contra o Famalicão.
Segundo o treinador e comentador João Aroso, consultado por O JOGO, a saída de Nuno Santos da equipa explica essa perda de acutilância de que Amorim fala. Sem o camisola 11, a equipa perde profundidade, velocidade e agressividade ofensiva. "Nuno Santos dá uma agressividade ofensiva que está a faltar e que só Tiago Tomás dá, algo que, de resto, se nota ainda mais quando Pedro Gonçalves fica mais atrás. Paulinho é aposta e faz com que alguém tenha de sair", explica Aroso, que recorda o bom arranque: "O trio da frente que jogou com mais frequência no início, Tiago Tomás, Nuno Santos e Pedro Gonçalves, fez a equipa ter muito bom rendimento. O Pedro Gonçalves era o que descia mais entrelinhas e para criar superioridade no meio-campo, com Tiago Tomás e Nuno Santos a ameaçarem com movimentos de ataque à profundidade, pois são rápidos e agressivos. Foi uma fase duradoura e de consistência. Já no 3x5x2, também fica mais difícil ao Nuno Santos entrar. Amorim falou na questão da profundidade e ela continua a existir em alguns momentos. Com Nuno Santos e Tiago Tomás a equipa está mais preparada para aproveitar quando aparece."
Nas 16 primeiras jornadas, nas quais Nuno Santos integrava o trio de ataque mais utilizado, o Sporting marcou 34 golos na Liga NOS, ou seja, faturava a um ritmo de 2,1 golos por jogo. Nas últimas dez rondas, além de o leão ter perdido os mesmos seis pontos fruto, também, de três empates, a média de golos por jogo desceu para 1,4 (14 golos).