Assumindo-se leão para sempre e esperançado em festejar novas conquistas no futuro, Paulinho considerou que “foi preciso coragem” para sair do Sporting depois de ter realizado a melhor época no clube.
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Paulinho finalizou esta quarta-feira uma ligação de três épocas e meia ao Sporting, clube onde festejou a conquista de dois campeonatos, uma Taça da Liga e uma Supertaça. No adeus, depois da melhor temporada a nível individual com 21 golos e seis assistências, protagonizou uma transferência para o Toluca no valor de 7,75 milhões de euros, mais 250 mil euros em objetivos.
Antes de viajar para o México, deu uma última entrevista à Sporting TV. Um olhar pelo passado, presente e futuro do próprio e do clube que deixa com um misto de emoções que o levaram várias vezes às lágrimas.
Numa longa conversa, sobre o título recém conquistado e comparando com o primeiro, em 2021, Paulinho considerou-os muito diferentes. “Há dois graus de dificuldade diferentes. O primeiro tinha a dificuldade de não ganharmos há muito tempo e criar o hábito de ganhar é difícil. Depois toda a gente dizia que não ganhámos com adeptos, só voltaríamos a ganhar daqui a 20 anos. Por isso este título foi mais importante, os adeptos sentiam isso e nós temos noção disso. Acho também que fomos mais dominantes este ano”, comentou.
A nível individual, o atacante recordou a temporada. “Sim não há dúvidas que foi a minha melhor época. Senti-me muito bem, muito melhor, física e mentalmente e os números falam por si”, disse, abordando depois a importância de Gyokeres no seu rendimento. “Acho que nos entendemos bem. Quando os jogadores são bons, como o Viktor, isso ajuda-nos a jogar juntos. O Gyokeres ajudou-me a mim e à equipa, porque houve uma transformação na nossa dinâmica de jogo. Somos jogadores com características totalmente diferentes que acabaram por encaixar-se”, contou.
Numa temporada em que apenas lamentou o facto de não ter conquistado a Taça de Portugal, o troféu que lhe ficou a faltar, apontou a vitória sobre o Benfica como a mais decisiva na caminhada para o título. “Tivemos alguma estrelinha por marcar no fim, pelo Geny, mas num jogo bem disputado acho que merecemos vencer. Foi importante não só pelos pontos mas também pelo estado anímico para nós e para eles. Para nós foi um ‘boost’ e ficámos com confiança para sermos campeões”, explicou.
Recordando o dia da festa como inesquecível - nomeadamente o momento em que subiu ao palco no Marquês de Pombal enquanto os adeptos cantavam a música que lhe dedicam -, Paulinho garantiu já estar com saudades de um clube onde diz ter encontrado um excelente ambiente e fez grandes amizades. Aliás, garante sair como adepto e espera voltar ao museu do clube no próximo ano para encontrar mais taças.
Olhando ao futuro , confessou: “Não imaginava sair daqui. Mas queria sair da minha zona de conforto e achei que era uma boa oportunidade, mais até do que a Arábia Saudita. O México é um país apaixonado pelo futebol, senti que me queriam muito no clube [Toluca] mas vou à descoberta”, referiu, emocionado. “Pode parecer ingrato mas é preciso coragem para sair daqui, de um sítio onde me sinto amado. Vou continuar a apoiar o Sporting para o resto da vida”, terminando com uma mensagem para os adeptos: “Obrigado por tudo. Nunca dei nem nunca darei o suficiente para retribuir o que me deram. Continuem a cantar a música”.