O avançado ex-Gil Vicente faz esquecer Rui Fonte e o professor Neca, que o promoveu ao futebol profissional, considera que o 4x4x2 de Abel Ferreira é perfeito para as suas características.
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Ninguém melhor do que o professor Neca para falar sobre Paulinho. Além de conterrâneo (são naturais de Santa Maria de Galegos, freguesia de Barcelos), foi ele quem o levou precisamente do Santa Maria (III Divisão), em 2012, para o Trofense (II Liga). "Vi-o num jogo e reparei logo que era diferente dos outros. Chegou ao Trofense e impôs-se rapidamente e, logo nessa altura, o Rui Jorge, muito bem, deu-lhe a oportunidade de ser internacional nos sub-21. Ele vinha do desconhecido", destaca o treinador, que um ano depois o indicou ao Gil Vicente. "Foi persuasivo junto do meu amigo presidente António Fiusa. Havia alguma resistência à volta do António Fiusa por causa do preconceito em relação a quem vem da aldeia, mas o presidente confiava no que eu lhe dizia", conta.
Para o professor Neca, Paulinho "ainda não acredita no pé esquerdo de excelência que tem" e, não sendo formado num clube grande, tem um "espaço de progressão maior do que a maioria dos outros jogadores, que cresceram num Benfica, FC Porto, Sporting ou Braga". "Tem tudo para ter sucesso", reforça.
Após a saída de Rui Fonte, Paulinho fez dois jogos a titular e mostrou-se como peixe na água. "É um jogador que se ajusta melhor ao 4x4x2 em que o Braga joga. É rápido, mas não muito rápido, sai bem no um para um e remata com facilidade. O ideal é estar no centro ou nas meias, podendo, no caso da direita, fletir para dentro e ir para o golo. Nunca nas alas. Não é um nove puro, mas um nove e meio. Sabe sair no apoio frontal e procura a profundidade. E tem golo", elogia o técnico, lembrando ainda que no Trofense insistiu com Paulinho para "trabalhar o pé direito, o que aceitou depois de uma certa resistência".