Na final da Taça da Liga, as decisões passam pela finalização de Bas Dost e Gonçalo Paciência, jogadores que representam um terço dos golos de Sporting e Vitória de Setúbal na presente época
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Gonçalo Paciência já deixou marca nesta final-four, somando um golo e uma assistência no encontro da meia-final, frente à Oliveirense, tornando-se instrumental para a chegada do Vitória de Setúbal à final. O jovem emprestado pelo FC Porto vai vivendo, nas margens do Sado, a sua época de afirmação, tendo já igualado, em janeiro, a melhor marca de golos numa temporada desde que se tornou sénior - em 2014/15 somou um total de 10 tentos ao serviço da equipa principal e da equipa B portista.
Na comparação com Bas Dost, Gonçalo Paciência surge como um jogador mais rematador, com 3,1 remates por 90 minutos, apresentando uma maior diversidade de zonas do campo de onde remata do que o adversário. Aliás, o holandês do Sporting, ao longo desta temporada na Liga NOS, nunca rematou fora da área. Isso ajudará a explicar a eficácia demonstrada no momento da finalização, com Bas Dost a ser o jogador dos principais campeonatos europeus com a maior percentagem de remates convertidos em golo e uma eficácia de remate nos 68 por cento.
No que toca ao envolvimento dos dois jogadores nas dinâmicas coletivas das respetivas equipas, há um dado a separar as movimentações de Bas Dost e Gonçalo Paciência. O jogador dos sadinos apresenta um número bastante mais elevado de tentativas de drible (4,7 a cada 90" para 0, 1 de Bas Dost no mesmo período), revelando uma área de ação mais alargada do que o avançado leonino. Isso tem, também, um reflexo negativo, no número de vezes que Gonçalo Paciência está envolvido em perdas de posse de bola, com 3,9 por jogo.
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Bas Dost, no entanto, é um jogador de elevado aproveitamento nas poucas vezes que toca na bola. Apresenta um número de passes-chave ao nível do avançado do Bonfim (ambos com 0,9 por 90"), superando-o na percentagem de passes certos e no número de duelos aéreos ganhos. Essa é uma das vertentes onde Jorge Jesus tem apostado, sobretudo nas partidas onde sente mais dificuldades para conduzir a bola para o meio-campo adversário. O foco no holandês através do jogo aéreo, com a consequente procura da segunda bola, retira-o, no entanto, do espaço onde acaba por ser mais decisivo em termos de golo.
Gonçalo Paciência acaba por estar mais em jogo do que o avançado holandês, conquistando o triplo de faltas por cada 90 minutos, 3,2 para o sadino, 0,9 para o leão. Mas também nas ações defensivas, o jogador que tem contrato com o FC Porto acaba por ser mais presente, com uma média de 1,4 tentativas de desarme a cada 90 minutos. Neste capítulo, Bas Dost emerge, sobretudo, nas situações de bolas paradas.
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Enquanto Bas Dost centra a sua força na finalização, mas não é o elemento com mais remates entre os leões, posição ocupada por Bruno Fernandes, Gonçalo Paciência, numa equipa que apresenta um modelo totalmente diferente, é o homem que mais procura o golo, ocupando posições mais adiantadas no terreno.