Os estatutos e a remuneração dos órgãos sociais do Benfica: "Rui Costa foi claro..."
Jaime Antunes, vice-presidente do Benfica, falou à BTV
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Influência de Rui Costa: "Devemos chamar a atenção ao papel do presidente, que sempre disse que estes estatutos não são para este presidente nem para estes OS. São para as próximas eleições, aplicam-se a OS futuros. E o presidente foi claro quanto a limitação de mandatos. Houve discussão muito grande entre todos e a solução de consenso foi no sentido de limitação de três mandatos para o presidente da Direção, da AG, do Conselho Fiscal e o presidente da Comissão de remunerações. Se desempenharem mandatos por três mandatos consecutivos não poderão candidatar-se ao cargo. Vem de encontro ao sentimento geral para não haver eternização das pessoas. Ideia foi sempre limitar os mandatos dos presidentes e não dos outros membros dos OS. Limitação de mandatos para os presidentes dos órgãos."
Órgãos sociais remunerados: "Inovação muito importante também é a previsão de remuneração dos OS do Benfica. Esta prática limita muito os sócios a candidatarem-se. As pessoas têm as suas vidas profissionais e não sendo remunerado é mais difícil. Ha também a existência de Comissão de Remunerações, composta por cinco sócios do Benfica, com qualificações e experiência para desempenhar as funções e definição das remunerações da Direção e dos restantes OS ao nível de senhas de presença. Será eleita pelos sócios juntamente com os OS. Não poderá ser demitida pelos OS e terá de desempenhar a sua função e a Direção não poderá desempenhar matéria nisso. E há também um teto para a despesa com a remuneração dos OS, 0,5% da faturação global do grupo Benfica, da totalidade das remunerações. Para evitar alguma irracionalidade que pode existir. O nosso presidente foi muito claro nisso, que não quer que no futuro apareça alguma irracionalidade, foi muito claro nisso, fez muita questão. A comissão de remunerações vai ter papel e a Direção fica obrigada a que nas comissões de remunerações esteja presente nas AG das participadas nas comissões de remuneração das participadas. Criando coerência e harmonização das políticas remuneratórias dos principais dirigentes. Quem é remunerado numa sociedade não pode ser numa sociedade e quem é numa sociedade não pode ser na Direção. Não pode haver uma acumulação. Foi um passo muito grande em frente. Sócios agora é que terão de aprovar e se o entenderem e a proposta vier a ser aprovada no consenso o Benfica fica dotado de excelente instrumento para o futuro."
Fim do voto eletrónico? "Foi muito discutido. Temos a consciência que voto eletrónico divide os benfiquistas e a Direção mostrou abertura para que próximos atos eleitorais decorram com regulamento eleitoral a ser aprovado no futuro pela AG e que deve ter voto físico em urna a não ser que por unanimidade as listas concorrentes aceitem o voto eletrónico. Basta uma lista não querer para ter de ser voto físico em urna."
Discussão participada? "Uma discussão muito participada pelos sócios quando o Benfica colocou no site a primeira versão e agora nesta negociação. Quero agradecer o benfiquismo e a forma construtiva como todos os proponentes estiveram na mesa de negociações. Todos tivemos os interesses do Benfica na mesa e à frente dos pessoais e de cada uma das propostas para chegar a este consenso. O Benfica está unido, há uma única proposta global a apresentar à AG quando o presidente da MAG convocar a AG que esperamos que seja a partir de setembro."
Quais os próximos passos? "Proposta foi entregue à MAG , que substitui as três propostas anteriores admitidas. O presidente alargou o prazo para dar espaço a esta solução de consenso e a partir de final do mês tem todos os dados para marcar a AG para discutir os estatutos."