Antevisão ao jogo em casa do Gil Vicente, agendado para as 20h30 de domingo
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O Gil Vicente não perde há seis jogos. O que espera deste jogo? "O Gil vem de uma vitória moralizadora para a Taça de Portugal. Nos oito jogos em casa que fez tem apenas uma derrota. Recebeu Braga e Sporting e não perdeu. Vai em seis jogos sem derrotas e esses são traços que indiciam o momento do Gil, diferente daquele que encontrámos na primeira volta. Estamos a iniciar a segunda volta, um caminho que queremos percorrer com muito entusiasmo e energia. Temos de atacar o jogo de forma muito séria frente a um adversário que nos cria sempre dificuldades. Temos de ser muito sérios, humildes e ambiciosos para somar três pontos e começar bem a segunda volta."
O que aprendeu o FC Porto com a derrota na Choupana? "A grande questão é essa: conseguirmos aprender com o que aconteceu. A verdade é que entendemos que o golo sofrido muito cedo acabou por fazer a equipa entrar em estado de alguma ansiedade, em vez de gerar um estado de revolta. Depois, na segunda parte, criámos quatro ou cinco lances claros de golo. O desafio é fazer isso de forma muito proativa, lançarmo-nos no jogo com muita energia e não deixar para uma fase mais adiantada a intencionalidade no que fazemos com bola, sob pena de podermos entrar num contexto desfavorável. É a grande aprendizagem que temos de tirar do jogo da Choupana, que criou mossa e feriu-nos. Temos de sentir essa revolta, de uma equipa que tinha de ter chegado lá, ter-se imposto e vencido. Se calhar, cometemos o erro de olhar para o destino final de chegar a uma classificação que não conseguíamos há muito tempo e esquecemo-nos do caminho a percorrer até lá. Que fique a aprendizagem e que não voltemos a cometer o mesmo erro."
Como foi a semana de trabalho? "Senti os jogadores com muita vontade de dar a volta ao momento. Nem tudo estava bem e nem tudo está mal porque perdemos na Choupana. É verdade que as 24 horas pós-jogo são difíceis, mas a partir daí foi sempre a lançar o jogo com o Gil Vicente. Senti os jogadores muito metidos no trabalho. Aliás, só conheço uma forma de gerar sucesso, que é trabalhar. Os jogadores atiraram-se ao trabalho de forma séria e leal, percebendo que têm de dar passos em frente na construção de algo que queremos que desague no que todos desejamos."
Que influência teve a presença de Villas-Boas no Olival? "A presença do presidente é sempre bem-vinda. Gostamos muito dele e que venha cá. É alguém muito experimentado, com muitas vivências e que passa muito do que foi vivendo em diferentes funções. Consegue ter um capital de experiência acumulado que pode passar aos jogadores. É uma voz que respeitamos muito. Aquilo que passou aos jogadores ficará entre eles, eu não estive presente. O que ficou, ficou. Queremos todos inverter aquilo que aconteceu na Choupana. É importante não perder muito tempo a pensar na Choupana, mas sim pensar como o Gil Vicente pode apresentar-se. Na Choupana perdemos, essencialmente, por aquilo que não fizemos na primeira parte."
O que tem faltado para dar resposta clara em momentos mais decisivos? "Podemos fazer uma retrospetiva desde o início da época. Tivemos momentos muito bons, outros nem tanto... As equipas vão flutuando. O que tem acontecido no FC Porto não é caso virgem. Tem acontecido noutras equipas, até na Europa. Já falei da maturidade, da juventude do plantel... Pode ser quase uma forma de catapultar uma equipa jovem, com muita energia, para patamares elevados de rendimento. É preciso olhar para cada caso, cada jogo, o que aconteceu, como se ganhou, como se perdeu... Não jogamos sozinhos e queremos sempre ganhar, num clube de exigência máxima, como é o FC Porto, é natural. Queríamos estar em primeiro nesta fase e tivemos condições para isso, mas dependemos apenas de nós para lá chegar. Que ninguém se esqueça disso. Não hipotecámos aquilo que é o nosso resultado final em termos de campeonato. Estamos a um ponto do primeiro lugar, começámos a jornada como melhor defesa e segundo melhor ataque. Não podemos olhar de forma fatalista para tudo o que tem acontecido. Há coisas bem feitas, mas precisamos de maior consistência e atacar o jogo logo numa fase inicial, percebendo que o primeiro, segundo ou 15.º minuto são decisivos para o resultado final."
A receção dos adeptos após o Nacional torna imperativo vencer em Barcelos? "A vitória é sempre importante. Na Choupana, em condições adversas, os adeptos nunca deixaram de apoiar a equipa durante o jogo e isso é o que importa. Nós sofremos muito, mas eles também. Sentem muito o dia a dia do clube e querem muito ganhar. Com a equipa em dificuldades, não se inibiram de prestar apoio na Choupana. A forma como se manifestam no final é normal numa equipa tendencialmente feita para ganhar e vinda de adeptos que se habituaram a ganhar desde cedo. São as manifestações que têm de ter. Era mau sinal se não acontecesse e pensassem que estava tudo bem. Queremos ter adeptos exigentes e que nos façam sentir essa exigência."
Que atualização pode fazer sobre o Moura e o Alan Varela? "Vão estar na convocatória os jogadores que tenho a convicção de que vão deixar a pele em campo, que têm muita vontade servir o FC Porto. O Varela reintegrou ontem [anteontem] os treinos a espaços, hoje [ontem] deu sinais positivos, de forma condicionada, e vai estar na convocatória. Temos um dia para perceber como se sente. O Moura também vai estar e, estando numa fase mais adiantada, poderá, ou não, ir a jogo. O Marcano não vai estar porque teve um pequeno revés durante a semana, mas não vai implicar muito tempo. Obriga a algum cuidado. O Marko e o Martim estão fora."