Pela primeira vez, o Lourosa obteve duas vitórias seguidas e passou a acreditar mais na subida, segundo Henrique Martins
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Depois de uma época em que o Lourosa foi ao play-off de subida e esteve perto de conseguir o objetivo, Henrique Martins assume que este arranque de campeonato não foi o melhor, com inconsistência de resultados e com o treinador, Renato Coimbra, a ser despedido. Contudo, o capitão realçou melhorias: pela primeira vez, a equipa venceu dois jogos seguidos (Fafe e Braga B) e estreou-se a ganhar fora de casa. O triunfo contra os arsenalistas, que fizeram o empate na compensação e o Lourosa reagiu em seguida, pode ter sido o clique para recuperar.
A vitória na visita ao Braga B, com a equipa a sofrer o empate na compensação e a marcar na resposta, pode valer mais que três pontos?
-Sem dúvida e reflete um bocadinho o que tem sido a nossa época. Tivemos um começo muito mau e injusto, porque trabalhámos sempre muito bem, mas infelizmente os resultados não apareceram e precisávamos deste “comeback”. Conseguimos um resultado muito bom contra o Fafe, que era uma final para nós, pois se perdêssemos estávamos fora e já antes tivemos um empate bom contra o Varzim, em que não os deixámos fugir. Contra o Braga B foi incrível, mas não está terminado. Estamos no sexto lugar e muito mais dentro da luta do que há duas semanas, em que o futuro não parecia tão promissor. Agora só dependemos de nós.
Foi também a primeira vez que ganharam dois jogos seguidos no campeonato…
-Curiosamente, foram as únicas duas vitórias fora que conseguimos. Acho que o ambiente de grupo tem sido diferente, a forma de trabalhar também e a energia de cada jogador mudou. Esse pequeno pormenor fez mudar tudo. Tentámos ser melhores amigos, melhores profissionais, melhores colegas. Quando assim é, conseguimos contagiar-nos uns aos outros e notou-se nestas duas vitórias. Foi ao cair do pano, mas contou!
Como se explica que nem sempre tenha havido consistência exibicional?
-Há muitos jogadores novos, um grupo de trabalho diferente. É preciso criar rotinas e espírito de grupo e isso funciona mais facilmente quando se trabalha em cima de vitórias. Infelizmente, começámos com um registo inconsistente, com muitas derrotas, com o treinador a ser despedido [Renato Coimbra] e dúvidas entre jogadores, que causam desconfiança. Isso fez com que os maus resultados e esse estado de dúvida perdurassem até à última paragem do campeonato com derrota em Anadia.
Será um Natal mais alegre para adeptos e jogadores?
-Sinto que os adeptos do Lourosa não estavam tão ligados como na época passada. O apoio deles foi sempre incondicional, mas eles precisavam de um sinal dos jogadores e o sinal está dado. Nós precisamos deles para os jogos de 2025 com as quatro finais que nos esperam nesta fase. Queremos que estejam connosco porque são o nosso 12º jogador e são muito importantes.
Estão a dois pontos do quarto, o Trofense, contra quem vão fechar esta fase. A subida ainda é possível?
-Sem dúvida! O objetivo do Lourosa é e sempre foi lutar pela subida, não é segredo nenhum. Estávamos longe do objetivo, ainda continuamos longe, mas um bocadinho mais perto e estamos esperançosos que isso aconteça.
No ano passado, foram ao play-off e estiveram perto de subir. O que mudou?
-Foi um grupo novo, rotinas novas, um treinador diferente e é preciso tempo para as coisas começarem a ser mais sistemáticas. Todas as equipas atravessam fases menos boas. Felizmente, acho que já a passámos e esperemos que as coisas agora encarrilem.
Houve um arranque em falso com o Renato Coimbra. A equipa está melhor com Pedro Miguel?
-Tenho uma grande relação com o míster Renato, gosto da forma dele trabalhar. Também gosto muito do Pedro Miguel, são ambos bons treinadores, mas às vezes as coisas não correm bem porque não está destinado, não há explicação. Apesar do talento, o míster Renato não conseguiu ter bons resultados e o Pedro Miguel com as mesmas ferramentas está a conseguir.
quais os desejos para 2025?
-as expectativas para 2025 são não pensar no muito futuro, não planear nada, porque no futebol tudo se altera a cada semana. por isso, o que posso planear é o primeiro jogo do amarante, no dia 4. vamos tentar ganhar, será uma guerra para nós e depois é ir jogo a jogo.
Raça boavisteira nos genes e um dia inesquecível contra o Sporting
Natural de Vila Nova de Gaia, Henrique Martins fez grande parte da formação ao serviço do Boavista, onde diz ter aprimorado algumas das qualidades, que aos 26 anos se mantêm intactas. “Sinto que sou agressivo, fruto dos meus anos no Boavista, tenho a chamada raça. Sou concentrado, tento perceber os posicionamentos em campo e isso permite-me ler o jogo um bocadinho mais cedo”, avaliou o médio, que aos 18 anos assinou contrato profissional com os boavisteiros, precisamente na altura em que entrou na faculdade para tirar o curso de engenheiro eletrotécnico, concluído este ano. Como etapa marcante, Henrique recordou também a época no Leça. “Chegámos aos quartos da Taça de Portugal contra o Sporting, a jogar no CdP contra jogadores que jogavam na Liga dos Campeões e seleções. Foi inesquecível”, destacou.