"O treinador pediu-nos para ajudarmos esta família de sete elementos entre mãe, filhos e sobrinhos"
Não há mãos a medir para os organizadores da onda solidária intitulada "do futebol para a vida"
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Paulinho e Sandro, dois dos mentores, estiveram esta semana na casa de Alsan, júnior do Sacavenense, e Abdoulaye, sénior do Atlético do Cacém, à conta de pedidos de ajuda que chegam todos os dias e que extravasaram os atletas do Campeonato de Portugal, consoante era a ideia da iniciativa. "O presidente do Sacavenense pediu-nos para ajudar o Alsan. Ele próprio já o tinha feito, mas o dinheiro não estica. O miúdo, de 16 anos, vive com a mãe, o pai e mais cinco irmãos. A casa estava impecavelmente limpa, só que não têm como alimentar tanta gente", conta Paulinho. O pai de Alsan é pedreiro e a mãe trabalha no Aeroporto Humberto Delgado e o jovem "não contava" com a ajuda que recebeu. "A mãe e os irmãos estavam quase a chorar. Todos foram para a janela dizer adeus quando viemos embora".
À tarde seguiu-se a casa de Abdoulaye, em Alfornelos (Amadora). "O treinador pediu-nos para ajudarmos esta família de sete elementos entre mãe, filhos e sobrinhos", explica Paulinho. "Só o meu primo é que trabalha nas obras. Tudo o que nos deram vai dar muito jeito", atirou Abdoulaye. "Isto é tão grande que passou a solidariedade pura e dura com jogadores de qualquer campeonato", justificou Paulinho, vestido com uma camisola alusiva à onda solidária, cujo site já tem um espaço próprio para quem quiser enviar um pedido de ajuda.