"A FPF estará a poupar um milhão de euros ao não distribuir o valor pelos clubes"
Presidente do Castro Daire diz que o milhão de euros dado por Ronaldo e companhia deveria ter sido dividido pelos clubes não profissionais. Castrenses estão a tentar pagar abril recorrendo a meios próprios.
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Gonçalo Matos, presidente do Castro Daire, entende que o prémio de um milhão de euros doado pela Seleção Nacional, metade da soma relativa ao apuramento para o Europeu, devia ter servido como um donativo para os clubes não profissionais e não como uma quantia para somar à linha de crédito disponibilizada pela FPF.
"A notícia inicial é que os jogadores teriam doado o prémio, mas depois a FPF englobou esse milhão de euros na linha de crédito. Eu considero que os jogadores ofereceram o valor para ajudar as equipas não profissionais. No fundo, a FPF estará a poupar um milhão de euros ao não distribuir esse valor pelos clubes", defende.
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O dirigente revela que o emblema da Série B do CdP está a tentar pagar abril sem recorrer ao fundo de apoio, que ajudará cada formação no CdP num máximo de 35 520 euros. O Castro Daire não precisará de tanto. "Se o gesto da Seleção Nacional fosse uma oferta, nem precisaríamos de recorrer à linha de crédito. Ninguém pode impor um endividamento futuro por uma decisão de acabar a época que não foi nossa", referiu.
A verba da linha de crédito é cedida a título de empréstimo sem juros e terá de ser liquidada em quatro prestações: 10 por cento do valor concedido na primeira época, 25 na segunda, 32 na terceira e 33 na quarta, sendo que este montante poderá não ser liquidado caso os clubes preencham uma série de requisitos exigidos pelo órgão.
Além disso, Gonçalo Matos considera que a Federação poderia ter "devolvido a totalidade ou metade das despesas de organização de jogos". "Andámos a competir para nada. Quem estava para descer, já não desce, nós, que estávamos em quinto, ainda podíamos chegar ao play-off, mas sabemos que a época acabou", expõe. "Solidariedade não é emprestar a juro zero, é estar ao lado dos clubes que foram sempre cumpridores e que não devem nada à FPF, como é o caso do Castro Daire. Outros que são devedores se calhar vão aproveitar esse dinheiro para fazerem grandes equipas para o ano. Nós ficámos duplamente prejudicados", acusa o dirigente.