O mercado, as declarações de Lage e mais: o que disse Rui Borges na antevisão ao Sporting-Benfica
Sporting e Benfica defrontam-se no sábado, 19h45, na final da Taça da Liga. Capitão e treinador dos leões anteveem o encontro a partir das 12h30
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Rui Borges sobre o Benfica: "Estou feliz por estar na final, independentemente do adversário que fosse. Depois, os princípios do Benfica não mudam, mudam sim características individuais. Estamos muito preparados para aquilo que o Benfica poderá ou não implementar no seu jogo, acredito que possa haver alguma mudança em relação ao jogo com o Braga, que ganharam muito bem e categoricamente, mas acredito que a equipa dará uma grande resposta e está num bom momento."
Morita é dor de cabeça? "A dor de cabeça, toma-se um Ben-u-Ron ou um Brufen e passa. Eu digo sempre que não me agarro à dificuldade. Começamos sempre com 11 jogadores, vamos ser competitivos e manter a ambição e coragem que temos tido, independentemente se é o [João] Simões ou o [Alexandre] Brito. Cabe-nos a nós, enquanto equipa técnica, arranjar soluções. Sei que vamos ser competitivos. Estou triste por não contar com o Morita. Há alguma sobrecarga e estamos sempre sujeitos a isto, há sempre lesões. Faz parte. Temos de saber adaptarmo-nos às dificuldades e a tudo o que acontece."
Benfica: "Um dia a mais de descanso não fará diferença no desfecho do jogo. Apontamentos do jogo com o Braga? Claro que olhamos sempre e tentamos apontar algumas coisas. O Benfica pressionou sempre com três homens, o Schjelderup fazia muitas vezes uma linha de cinco, mas também era um Braga diferente. Dá sempre para apanhar algumas coisas. Mas acredito quase a 100 por cento que não jogará a mesma equipa. Sabemos que o Benfica quererá entrar forte no jogo, tal como fez contra o Braga, mas temos de estar preparados. Poderá ser diferente em termos de um jogador ou outro, mas os princípios estão todos lá. Claro que quererão querer modificar um ou outro comportamento, mas é igual para as duas equipas."
Este jogo com o Benfica é mais difícil do que o primeiro? "Sim, logo por ser uma final é diferente, a concentração, a motivação... Em termos mentais é tudo diferente, seja para o treinador ou para os jogadores. Queremos sempre ganhar, mas é uma final e queremos acrescentar troféus à história do clube. Em relação ao querer olhar para o Benfica da segunda parte ou da primeira, temos de olhar para aquilo que o Sporting também fez e o mérito que teve na primeira parte, que não deixou o Benfica criar. Acredito e sei as dificuldades que temos, há sobrecarga com alguns jogadores. Notou-se isso contra o FC Porto. Por mais que trabalhemos e queiramos alguns comportamentos, às vezes é muito dos jogadores. É a tal história do controlar os 15 por cento e os jogadores os 85 por cento. Numa final não pode haver cansaço, tem de haver vontade de acrescentar títulos à história do Sporting. No momento de começar o jogo, acredito que a equipa estará preparada e dará uma boa resposta."
Sporting parte em desvantagem por ter mais jogadores lesionados? "Eu não vou estar aqui a dizer que é vantagem ou não. Não me agarro a isso, mas é notório. A equipa está mais cansada, faz parte, há alguma sobrecarga sobre alguns jogadores. Corremos o risco de perder ainda mais jogadores, mas agora não podemos agarrar-nos a isso. Estamos num grande clube e temos de dar sempre o nosso máximo. Não há vantagens ou desvantagens. São 11 contra 11 lá dentro e se formos competitivos vamos ganhar."
Rui Silva e Alberto Costa perto do Sporting? "São jogadores que não pertencem ao Sporting neste momento e não quero estar a alimentar. Se algum for jogador do Sporting estarei aqui para comentar. Até agora, um é jogador do V. Guimarães e outro do Bétis. Independentemente de gostar ou não, não são jogadores do Sporting."
Gonçalo Inácio é possibilidade para ocupar o lugar de Morita no meio-campo? "Sim, é uma das possibilidades. Já o fez com o Rúben [Amorim] em certos momentos. É um jogador que vem de lesão, mas sabe jogar ali. Mas também há outros. Até o [Ricardo] Esgaio já jogou a médio. Estamos num clube grande e os jogadores são cada vez mais inteligentes, são comprometidos e agarram-se às ideias da equipa técnica. Estaremos cá para assumir alguns erros, desde que haja compromisso e exigência dentro daquilo que queremos enquanto equipa técnica."
Lado estratégico: "A maior percentagem será dentro da ideia de jogo e dos comportamentos gerais, mais do que uma estratégia. Os jogos grandes que ditam meias-finais e troféus serão sempre muito competitivos, mais do que bem jogados. São muito táticos, de compromisso nos duelos, quem estiver mais proativo nas segundas bolas. Ninguém quer perder. A equipa que estiver mais forte nesses sentidos, nos duelos, em algum momento vai haver um pormenor, tal como aconteceu com o Viktor [Gyokeres]. No jogo do FC Porto aconteceu exatamente aquilo que eu disse aqui, porque são jogos muito específicos que decidem um troféu."
Lesionados há mais tempo, como Pote e Nuno Santos, poderão regressar a curto prazo? "Eu acredito que eles venham a curto prazo, mas para já, neste momento, estão todos fora deste jogo. A cada jogo que passa temos sempre a esperança que pelo menos um entre e é muito nesse sentido. É um bocadinho jogar com o tempo e com o dia a dia."
Sporting tem muitas lesões. Porquê? "Se soubéssemos o porquê não tínhamos lesões nas equipas. Quando existe uma sobrecarga, há mais risco de lesão. Acho que é um pouco científico, eu também não estudei para isso, mas com a experiência e a carreira... Às vezes corremos esse risco, às vezes temos sorte, mas é algo que temos de continuar a estudar. Felizmente, temos muita gente e boa a estudar dentro desses parâmetros. Dia após dia, temos de ser melhores, eu enquanto treinador e tentarmos entender essas lesões."
Pellegrini, treinador do Bétis, confirmou que Rui Silva está de saída. Está mais perto do Sporting? Está preocupado com os golos sofridos? "Em três jogos, sofri golos num jogo. Dois golos de bola parada e dois de bola corrida. O Benfica tem dois remates, o FC Porto tem dois remates... Ainda ontem ouvi que o FC Porto foi melhor na primeira parte que o Sporting, mas o FC Porto tem dois remates e o Sporting tem remates mais perigosos. Contra o V. Guimarães, sim, sofremos quatro golos da forma como foi e temos de acertar alguns comportamentos. O Vitória foi a equipa que mais problemas nos criou nesse sentido. Eu não sou mágico, e o nosso processo defensivo está longe daquilo que nós queremos, mas isso é notório, nós não treinamos quase. Mas é isso que me deixa feliz, mesmo não treinando eles vão-se agarrando às ideias. Muito feliz com aquilo que a equipa tem produzido em termos defensivos e ofensivos."
Algum dos jovens da equipa B que estiveram no treino podem ser chamados? "Eles fazem parte do nosso dia a dia. Já veio muito miúdo treinar com a equipa principal. Dentro daquilo que nós acharmos que podemos acrescentar com os miúdos, eles estarão na equipa ou na convocatória para amanhã. Independentemente de ser o Justo, o Denilson, o Ramos, o Afonso Moreira... Por isso é que existe equipa B. A formação do clube tem dado frutos."
Alguma promessa para se conquistar a Taça da Liga? "Não. Estamos felizes, enquanto equipa técnica, por estarmos na final. A promessa é ter folga e ir a casa ver os meus pais, a minha mulher e o meu filho. Não há momentos para festa. Depois temos um compromisso para o campeonato, que é o grande objetivo do nosso clube."