Tem mais golos e assistências do que todos os outros médios juntos e nos rivais também ninguém lhe faz frente. Mesmo com muito menos minutos...
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Entre os 18 marcadores de golos que consagram o FC Porto como a equipa mais democrática em Portugal, encontramos praticamente todos os defesas, quase todos os extremos/avançados, mas apenas dois médios.
Loum faturou uma vez, mas é Sérgio Oliveira que se destaca: quatro. E se em matéria de definição no que toca a bater à baliza já se sabia da qualidade do médio feito "em casa", nos últimos desafios tem somado também assistências e outros lances decisivos que lhe garantem, nesta fase da época, a titularidade absoluta.
Nos Açores, por exemplo, foi ele a assistir Manafá, de bola corrida, e depois Marcano, numa situação de bola parada. Chegou aos cinco passes certeiros para golos, a que soma os tais quatro tentos. Esteve, por isso, ligado de forma direta a nove golos dos dragões. Danilo, Uribe, Loum, Vítor Ferreira e Bruno Costa, os outros médios que vestiram de azul e branco esta temporada, ficam-se pelas cinco ações decisivas. E todos juntos, o que confirma que, quando a hora é de decidir, este é o médio que se chega à frente.
Sérgio vive um momento de forma muito bom e assumiu um lugar no onze depois de Danilo se lesionar. No fundo, num contexto que até lembra 2017/18, quando foi resgatado por Sérgio Conceição para se juntar a Herrera e assumir a falta do Comendador na reta final da época que terminou em título. Coincidência ou não, foi desde que Sérgio Oliveira se instalou no onze que os dragões engataram os seis triunfos consecutivos na Liga que permitiram anular a desvantagem de sete pontos para o Benfica e até ultrapassar o rival direto na luta pelo título. Se é Sérgio que faz a diferença, não se pode afirmar com rigor. Mas é verdade que nenhum dos médios do Benfica tem tanta influência como o portista. Haveria Pizzi, mas joga praticamente sempre como extremo. No Sporting também ninguém se aproxima (havia Bruno Fernandes, mas saiu) e entre os principais clubes só em Guimarães se encontra um médio com tantas ações decisivas entre golos marcados e assistências. É João Carlos Teixeira, do V. Guimarães, que apontou seis tentos e ofereceu três. E tem outro mérito: jogou ainda menos do que Sérgio Oliveira. Fransérgio, do Braga, também tem nove ações de golo, mas conta quase mais mil minutos do que o portista.
Sérgio é decisivo a cada 170 minutos e encontrou a regularidade depois de duas lesões. A primeira logo ao terceiro jogo da época, em casa com o Krasnodar. Regressou dois meses depois, contra o Coimbrões, e foi ganhar ritmo à equipa B, mas voltou a lesionar-se e esteve mais quatro semanas de fora. Depois teve de esperar pelo tal infortúnio de Danilo, que lhe abriu definitivamente a porta do onze. Sábado, contra o Rio Ave, lá estará novamente. Falta perceber se ao lado de Uribe, com quem mais tem jogado, se com Danilo, como sucedeu nos Açores.
A carreira de Sérgio Oliveira
tem um total de 33 golos e 19 assistências. Desde que joga na I Liga nunca marcou mais do que quatro golos. E bateu, este ano, o recorde de assistências numa só temporada. Mesmo que se inclua a temporada de FC Porto B, na II Liga, não se encontra nenhuma tão pródiga em lances de golo como a de agora. Na altura esteve ligado a oito (cinco marcados, três oferecidos). Agora, como se sabe, são nove. Começou por marcar em Krasnodar (primeiro golo da época do FC Porto) e só voltou a fazê-lo em janeiro, no triunfo caseiro sobre o Gil Vicente. Deu sequência no clássico contra o Benfica, repetiu a dose contra o Viseu e só não fez o mesmo em Guimarães porque a bola bateu nas costas do guarda-redes Douglas e o primeiro do FC Porto acabou por ser autogolo. Em relação a assistências, antes das duas já descritas contra o Santa Clara, ofereceu um golo a Saravia contra o Casa Pia, a Marcano contra o Varzim e a Alex Telles com o V. Setúbal.