Mark Crossley, antigo guarda-redes do Forest analisa o momento do clube, que tenta virar a página frente a um "adversário de topo". Em conversa com O JOGO, o ex-futebolista de 56 anos esteve na última ida do clube à UEFA. Lamenta a saída de Nuno Espírito Santo e acredita que Sean Dyche vai montar uma equipa bem organizada.
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Com o mesmo histórico do FC Porto entre os sublimes da Europa, duas conquistas da prova maior, sendo que o Nottingham foi bicampeão europeu, fazendo-o com Brian Clough em 1978/79 e 1979/80, é nas conquistas internas que os homens da Invicta se agigantam a um clube e uma cidade que se fizeram enormes por culpa exclusiva de um treinador, que é um património de Inglaterra. Falar de Nottingham desemboca em Clough, passando à frente toda a lenda de Robin Hood. Um homem real e sem mitos transformou tudo, ergueu história e fixou-se na cidade, morrendo em 2004, com 69 anos. A sua estátua é o posto mais venerado de Nottingham e, tendo alcançado proezas também marcantes para o Derby, rival do distrito que também guiou ao título inglês, foi honrado com o "Brian Clough Way", a A52, estrada que liga as duas cidades de East Midlands.
À boleia da visita dos dragões a Nottingham, O JOGO apanhou Mark Crossley, lendário guarda-redes que cumpriu 11 anos no clube e atuou em 355 jogos, com a estreia abençoada por Clough, no final de outubro de 1988. Hoje com 56 anos, será mais um adepto dos reds no City Ground. O regresso à Europa fermenta o entusiasmo, mesmo numa época que vai sendo crítica e pejada de convulsões. "O Nottingham esperou 30 anos para voltar a jogar na Europa e eu estive na última participação, em 1995/96. Estes jogos são refrescantes para a cidade, fazem-na ferver. Temos a má forma da equipa e as mudanças de treinador, mas há um grande "mas"", questiona, voltando à fita mais antiga. "Eu nem sequer acreditava no regresso à Premier League, mas, subitamente, aconteceu, num grande trabalho do Steve Cooper. É muito especial ver estes adeptos tão felizes, o clube dá outra expressão à cidade", regista Crossley, lendo os problemas atuais e animando-se com a escolha de Sean Dyche: "Pelo menos, há treinador para o jogo. Toda a gente andava contente com o Nuno Espírito Santo, fez um trabalho inacreditável, a equipa tinha acabado de voltar à Premier League e atingiu a Europa. Os desempenhos do último ano foram fantásticos, surpreenderam tudo e todos".