Antigo treinador do Nottingham Forest reagiu ao despedimento "ridículo" de Ange Postecoglou por Evangelis Marinakis antes dos ingleses receberem os dragões na Liga Europa
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Mark Warburton, antigo treinador do Nottingham Forest, reagiu esta quarta-feira ao despedimento de Ange Postecoglou nos ingleses, com o seu sucessor Sean Dyche a ter sido oficializado ontem, dois dias antes dos ingleses receberem o FC Porto (quinta-feira, às 20h00), na terceira jornada da Liga Europa.
Em declarações à BBC, Warburton, que foi a primeira "chicotada psicológica" do dono Evangelos Marinakis após a chegada do grego a Nottingham, em 2017, não se mostrou muito surpreendido com o facto de Postecoglou, que foi o segundo treinador da época do Forest, após a saída do português Nuno Espírito Santo (agora no West Ham), ter sido demitido ao fim de apenas 39 dias no cargo, ainda que o ache "ridículo".
"Se o dono não está feliz com alguma coisa, vais embora. É tão simples quanto isso. Eu lembro-me de estar a preparar um jogo na véspera de Ano Novo, baterem-me à porta e fui embora. É assim que ele se comporta. Ele é implacável nesse sentido, o clube é dele e é ele quem passa os cheques, entendo isso. Ele vê Sean [Dyche] como um par seguro de mãos, acha que cometeu um erro com Ange [Postecoglou]. É ridículo. Como é que alguém consegue impor um estilo de jogo, uma filosofia, crença nos jogadores, já nem falando no clube, em 39 dias? A decisão em si [de ter contratado Postecoglou] foi completamente errada. Mas tendo-a feito, o que deves fazer? Ange tinha um estilo corajoso e diferente do de Nuno [Espírito Santo]. Sean é mais parecido com Nuno", comparou.
"De longe, acho que foi um caso de terem ido buscar alguém mais parecido com Nuno para tentar retificar algo que viram como errado. Não há dúvida de que Ange foi tratado de forma chocante e não concordo com o seu despedimento, mas entendo porque é que foram buscar Sean, porque ele encaixa em muitas coisas que eles precisam", acrescentou Warburton.
Paul Robinson, antigo guarda-redes inglês, concordou com a opinião de que Sean Dyche, seu antigo treinador no Burnley, é uma aposta certeira de Marinakis para o momento delicado que o Forest atravessa, estando na zona de despromoção da Premier League, com apenas cinco pontos em oito jornadas.
"Ele é provavelmente o homem certo no momento certo. É um bom par para ambos. Ele tem uma capacidade excelente para ser o patrão, mas também para ter o balneário do seu lado. Será um dos rapazes, mas também haverá aquele respeito e alturas em que sabes que ele é que manda. Tem capacidade para se integrar num balneário, mas, ao mesmo tempo, é bastante bom a manter a sua distância", salientou.
Também Paul McGregor, ex-avançado dos "tricky trees", deu as boas-vindas com otimismo a Dyche, que treinou o Everton na época passada - foi despedido após vencer quatro jogos em 21 - antes de uma estreia europeia diante dos dragões.
"Não é nenhum segredo que a maioria dos adeptos do Forest sentiam que Ange simplesmente não tinha o plantel para fazer aquilo que queria. Este é o plantel de Nuno. Uma mudança rápida era o que era preciso e acho que arranjámos o homem certo para o trabalho. É disto que a cidade, o clube e os jogadores no campo precisam", comentou.