Os advogados do Benfica Rui Patrício e João Medeiros consideraram esta terça-feira, durante o debate instrutório do processo Saco Azul, que ficou clara a inexistência de provas num caso que “não tem objeto há muito tempo”.
Corpo do artigo
“No processo, já estava há muito tempo assumido que não havia nenhum saco azul. O que é lamentável é o senhor procurador, embora admita que não encontrou provas de nada, continue a falar em saco azul. Está a dizer uma coisa e o seu contrário. É clarinho que não há nenhuma prova. É confessado e admitido por Polícia Judiciária e Ministério Público. É importante que se deixe de chamar o processo de Saco Azul, pois não tem objeto há muito tempo”, afirmou Rui Patrício, à saída do Campus de Justiça, em Lisboa.
"A Questão Flexível é uma empresa, uma sociedade. As pessoas podem não conhecê-la, mas conhecem o José Bernardes, falam e falaram com ele. O Benfica não é uma mercearia, com um computador dos anos 80. É uma organização muito complexa", referiu, também.
Entre os arguidos, estão a SAD do Benfica, Benfica Estádio, Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira, que pediram a abertura de instrução no processo, em que a acusação do Ministério Público imputa ao ex-presidente do clube da Luz três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documento, tal como Miguel Moreira, ex-diretor financeiro do clube, e Domingos Soares de Oliveira, que continuou na SAD encarnada depois da saída de Luís Filipe Vieira da direção do clube, em 2021.
Estes crimes são imputados em coautoria com a empresa QuestãoFlexível e o arguido José Bernardes, enquanto a SAD do Benfica é acusada de dois crimes de fraude fiscal e a Benfica Estádio de um crime de fraude fiscal e de 19 de falsificação de documentos.
“Creio que ficou indesmentivelmente demonstrado que as intervenções de Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira se ficaram a dever ao exercício do cargo, sem o conhecimento concreto dos contratos. Por aí, entendo que vai haver uma decisão de não pronúncia. Também me parece que ficou evidenciado que os serviços foram reais. Penso que será o suficiente para fazer cair toda a acusação”, expressou João Medeiros.
A leitura da decisão instrutória deste processo ficou marcada para o dia 11 de junho, a partir das 14:00, a realizar-se igualmente no Tribunal de Instrução Criminal, em Lisboa.