"Nico González é craque no FC Porto, noutras equipas maiores e até na seleção principal"
Gabri Veiga, também galego e colega de Nico González nos sub-21 de Espanha, fala das condições que o destacaram desde novo e esboçam futuro como “patrão” do miolo portista
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Com 39 jogos, embelezados por dois golos, Nico realizou em 2023/24 a melhor época da carreira e conquistou a pulso, de forma crescente, os adeptos portistas, após ter demorado um pouco a impor-se nas contas de Sérgio Conceição.
Ex-craque do Celta que rumou à Arábia Saudita nunca deixou de acompanhar o amigo. No Dragão, viu um jogador a crescer com o acumular de minutos e não duvida que tem muito mais para dar.
O médio, figura destacada nas seleções jovens de Espanha, ganhou arcaboiço e estatuto de indiscutível, melhorou o rendimento coletivo, apesar dos tropeções da equipa terem retirado clamor individual. Na linha de partida para uma segunda época a “tempo inteiro” e já totalmente ambientado, Nico sabe que pode perfeitamente ampliar a influência a abraçar melhores registos de golos e de assistências, vingando em definitivo na Invicta. Os registos da campanha transata e a valorização alcançada, sumo ainda mais espremido com a conquista da Taça de Portugal no Jamor, apontam-no a pilar dos dragões na “era Vítor Bruno”, como comandante de operações no meio-campo.
“Esta mudança para o FC Porto não era fácil, porque estava muito apegado à matriz do Barcelona”
As qualidades de Nico, galego que criou raízes na Catalunha, estiveram à vista, mereceram diferentes aprovações e centraram atenções no país vizinho, curioso com o potencial do produto de La Masía. Gabri Veiga, talentoso menino do Celta que trocou La Liga pela Arábia Saudita e já foi colega de Nico na seleção sub-21 de Espanha, conversou com O JOGO sobre a evolução do amigo.
“Cresci pertencendo à mesma geração de Nico, que jogava sempre duas categorias acima, porque era sempre o melhor, mesmo entre os mais velhos. Ainda me lembro dele na Galiza, no Montañeros, antes de ir para o Barça. Fez o percurso que todos sabem, estreou-se muito novo pelo Barcelona e fez ótima época. Esta mudança para o FC Porto não era fácil, porque estava muito apegado à matriz do Barça”, admite Gabri, que viu Nico evoluir no Valência quando reencontrou o portista nos sub-21.
“Vi o Nico num nível excecional na Champions. A trabalhar como trabalha, é craque no FC Porto e em equipas maiores”
“É um jogador que precisa de confiança. A partir do momento em que a tem, ganha projeção brutal. Penso que isso aconteceu no FC Porto. Contra o Arsenal, na Champions, vi-o a um nível excecional”, elogia o jogador, de 22 anos. Se o passado no Barcelona acaba sempre por representar um acréscimo de responsabilidade ou expectativas, também atesta atributos de Nico.
“Para crescer no Barça, jogar como o ele jogou na primeira equipa, tens de ser único ou estar muito no topo. E ele é! A única coisa que pode faltar é a confiança. Essa acabou por chegar com os jogos e o seu alto nível. Se continua assim, a trabalhar como tem trabalhado, é craque no FC Porto, noutras equipas maiores e até na seleção principal”, credita Veiga, a torcer por alguém especial. “É um amigo do futebol, unimo-nos bastante na seleção por sermos galegos e fomos colegas de quarto. Somos especiais. Desde o Europeu vamos mantendo o contacto, desejo-lhe tudo de bom”, remata o médio do Al Ahli Jeddah.