"Nestas alturas temos de tentar retirar um pouco a pressão e a ansiedade às equipas"
Paulo Alves, que na época passada subiu o Moreirense à I Liga, define favoritos e destaca peso dos adeptos na reta final
Corpo do artigo
Numa altura em que Santa Clara, Nacional, Aves SAD e Marítimo lutam pela subida à I Liga, a duas jornadas do fim do campeonato, O JOGO conversou com Paulo Alves, que subiu ao escalão principal e foi campeão na época passada ao leme do Moreirense. Antes, em 2010/11, técnico conseguira feito idêntico no comando do Gil Vicente.
Com seis pontos em disputa e curtas diferenças pontuais que um deslize pode mudar, as duas últimas jornadas serão escaldantes. Treinador campeão explica como se vivem estes momentos.
“Nestas alturas temos de tentar retirar um pouco a pressão e a ansiedade às equipas, tentando focar os jogadores ao máximo naquilo que são as suas tarefas, no que é mais importante para se poder conquistar os pontos necessários”, resume Paulo Alves, 54 anos, partilhando a ideia que tudo é muito simples... na teoria. “Claro que isto é mais fácil dizer do que fazer, mas quem for mentalmente mais resistente e mais forte, quem olhar para o lado estratégico com mais determinação, estará mais perto de conseguir os objetivos”, salienta.
Nesta ponta final, sem margem de erro mas onde poderá surgir alguma fadiga, os adeptos assumem também o verdadeiro papel de 12.º jogador. “O apoio dos adeptos é fundamental, mas a equipa tem de se concentrar naquilo que tem de fazer, nas tarefas e estratégias definidas pelos treinadores e ter um espírito de equipa muito forte”, ressalva, acrescentando que “a componente coletiva ajuda a ultrapassar os pequenos nervosismos e ansiedade que se verificam nestas fases”. “O entusiasmo e a vontade de chegar lá é que poderá fazer a diferença junto com os adeptos”, resume.
Além do Moreirense, onde foi campeão, Paulo Alves subiu também o Gil Vicente à I Liga (2010/11)
Desafiado a comentar quem parte em vantagem, o treinador, que se encontra desempregado depois de uma curta experiência nos espanhóis do Lugo, é claro. “O Santa Clara parece-me ser a equipa mais experiente, está em primeiro e depende em exclusivo de si próprio. O Nacional vem de uma fase muito positiva, vem em crescendo e tem tudo para subir de uma forma direta, mas se alguma destas equipas escorregar, o Aves SAD e o Marítimo podem aproveitar, pois há muito equilíbrio na II Liga e continua tudo em aberto”, avalia.
A terminar, Paulo Alves perspetivou a próxima jornada, na qual os aflitos Oliveirense (14.º classificado)e Leixões (15.º) jogam contra os candidatos Marítimo (4.º) e Aves SAD (3.º). “A pressão é igual para todos, mas quando se tocam os dois extremos da tabela e as equipas ainda não têm a situação resolvida, os jogos tornam-se mais complicados”, analisa.