"Não vamos dizer que a arbitragem portuguesa está bem, porque não está", afirma José Leirós
Ex-árbitro e membro integrante do Tribunal O JOGO marcou presença no congresso "The Future of Football", no Pavilhão João Rocha, analisando o momento da arbitragem portuguesa e traçando alguns pontos de reflexão.
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Estado da arbitragem: "Não vamos dizer que a arbitragem portuguesa está bem, porque não está".
Trabalho de formação: "Temos de trabalhar com todos os árbitros, de Norte a Sul, nas Ilhas, para quando chegarem à primeira divisão não sentirem as dificuldades que muitos sentem".
Postura dos dirigentes: "Nunca senti má educação dos dirigentes do Sporting em Alvalade e fui lá muitas vezes apitar. É isto que todos os dirigentes têm de fazer. Mas têm-se prejudicado carreiras, têm-se projetado árbitros para outros lados... Eu trabalho no jornal O JOGO, colaboro para um painel que funciona há mais de 25 anos. E todos os árbitros leem isto. Leem para saber se a decisão que tomaram foi a melhor ou a pior".
Remuneração: "Se um árbitro depender somente do prémio ou ordenado que ganha na FPF, o que lhe vai acontecer quando desce de divisão, quando há alguém que não o quer mais lá?"
Pressão dos bastidores: "É importante que se pense em retirar a influência negativa que existe nos bastidores sobre os árbitros. Mesmo que sejamos poucos, a arbitragem tem de ser independente, livre, sem receios".