Namings do estádio e do pavilhão do FC Porto vão avançar: "Valores são interessantes"
ENTREVISTA, PARTE IV - Fernando Gomes revela que negociações para o estádio e para o pavilhão estão adiantadas; Sem avançar os valores envolvidos, por ainda não estar fechado o acordo, o administrador do FC Porto assume que as verbas poderão ser importantes para ajudar a reduzir o passivo.
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O exercício negativo de 22/23 ainda não está contabilizado, mas é certo que complica a estratégia da SAD para reduzir o passivo. Por isso, estão a ser estudadas alternativas para a entrada de dinheiro.
A venda do nome do estádio e do pavilhão é uma delas e o administrador está convencido que, desta vez, haverá acordo com um investidor. O que a sociedade não admite é hipotecar a qualidade e a competitividade da equipa, porque o sucesso desportivo é fundamental.
Que planos tem a SAD para baixar o passivo que, segundo o último relatório semestral, é superior a 480 milhões de euros?
-Há duas questões essenciais para nós: não baixar a qualidade da equipa. A cada ano que passa, como se tem visto, o FC Porto procura não desmantelar a equipa para não ter de a refazer, o que aconteceria a custos mais altos do que a aquisição dos jogadores que vendeu. A segunda questão é conseguir a competitividade para ir à Liga dos Campeões, que é fundamental. Estamos sempre num dilema. O que é que tem peso financeiro na estrutura do FC Porto? O futebol, nomeadamente a equipa A. É esse o nosso "core business". Não podemos baixar a qualidade, baixando portanto o investimento, de maneira a reduzir a nossa despesa total. Não o podemos fazer sob o risco de não termos a competitividade necessária para ir à Liga dos Campeões buscar a contrapartida necessária para nos financiarmos. Há aqui um equilíbrio que tem sido habilmente feito nos últimos anos, com um grande presidente e um grande treinador. Temos uma coincidência muito importante no FC Porto que a de a um grande presidente ter-se juntado um grande treinador. Isso é que tem permitido haver estes equilíbrios. O principal problema do FC Porto, em relação ao financiamento, vem do passado, não é destes anos mais recentes. É muito difícil recuperar ou melhorar o passivo sem baixar a qualidade. Como se pode baixar o passivo? Só há uma regra: baixando os défices. Em cada resultado positivo, vou melhorar os capitais próprios e as condições de financiamento e, a prazo, abater o passivo. Nós vínhamos no bom caminho, começámos esse processo, mas as contas do ano passado vão trazer um retrocesso. Já não irá baixar com os resultados positivos.
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Prevê-se, portanto, que o passivo vá aumentar?
-Não necessariamente porque, simultaneamente, estão a acontecer um conjunto de coisas que podem trazer algum rendimento adicional ao FC Porto que podem compensar. Estamos a falar dos "namings" do estádio e do pavilhão. Há uma empresa que está a tratar dessa situação e penso que a sério. Ou seja, penso que desta vez vai ser. E há novas e interessantes parcerias comerciais que vão permitir compensar este défice.
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Que valores estão em cima da mesa para o naming?
-Não posso dizer porque isto ainda está a ser alvo de negociação. Os valores são interessantes e são para um mínimo de cinco anos e um máximo de dez. As coisas estão bem encaminhadas, mas seria desvendar e prejudicar o negócio.