FC Porto tem "capacidade e condições para ir ao mercado", garante Fernando Gomes
ENTREVISTA, PARTE II - Fernando Gomes explica que não é preciso esperar por vendas para avançar para os reforços; Entrada em jogo dos milhões da Arábia Saudita é vista mais como um problema do que como uma oportunidade porque desequilibra os salários e existe o risco de perda de algum dos ativos.
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Fernando Gomes admite condições para ir às compras para reforçar o plantel de Conceição, mas sem vendas isso custará mais à SAD por causa dos juros.
Há capacidade para o FC Porto ir ao mercado contratar jogadores?
-Claro que há. Temos capacidade, condições e conseguimos financiamento. Neste momento, não temos dificuldades para poder comprar alguns jogadores, recorrendo a financiamento. A questão é que se vou recorrer a financiamento vou aumentar as minhas dificuldades. Ou tenho condições de solver esses compromissos sem mais um sobressalto ou então é melhor fazê-lo quando for absolutamente indispensável.
Podemos deduzir que para a SAD fará mais sentido esperar para vender antes de comprar?
-Não se coloca esse problema agora, no final do mercado sim. No final importaria que tivesse vendido mais do que aquilo que comprar, mas não tem de vender primeiro para comprar depois. Feitas as contas tem é de haver um equilíbrio no fim. Não é o caso de estar impedido de avançar do ponto de vista de receitas que primeiro tem de realizar. Esse problema não se coloca no FC Porto. Podemos comprar e devemos vender para não tomar mais difícil o caminho da recuperação.
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Como vê o êxodo de talento europeu para a Arábia Saudita? É uma oportunidade para o FC Porto?
-Não sei se é uma oportunidade ou uma preocupação. Primeiro porque começam a desequilibrar imenso os valores dos passes e, sobretudo, dos salários dos jogadores. Depois, porque há jogadores que não gostaríamos de ver sair daqui de nenhuma forma, a nenhum preço e que sabemos que eles podem desequilibrar. Sobretudo, quanto mais próximo for do fim da janela de verão, mais difícil será ao FC Porto repor. Portanto, essa abertura do mercado saudita pode ser mais preocupação do que uma vantagem.
Acha que estão para ficar ou será uma moda?
-Já vimos um fenómeno semelhante na China e está como está. Julgo que neste momento é muito mais uma opção política do que desportiva.
Mesmo tendo recuado com a candidatura ao Mundial de 2030?
-Para voltarem ao ataque, na minha opinião, mas não já para 2030.