"Na minha época, alguns jogadores já iam derrotados para o Estádio da Luz e isso incomodava-me"
Wando trocou Minho pela Luz em 1984, com o peso de copiosas goleadas. Aplaude forte transformação
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Com 60 jogos e 11 golos em Braga, Wando foi um diamante recrutado pelos minhotos ao Vasco da Gama em 1982; brilhou duas épocas e rumou ao Benfica, onde ainda teve a honra de disputar uma final da Taça dos Campeões Europeus, perdida para o PSV. Despediu-se das águias com 140 jogos e 23 golos. Extremo habilidoso, dançarino e veloz, Wando mostrou o nível do seu recital técnico a partir de Braga, numa equipa que terminou em 9.º e 4.º, mas que encaixou 6-0 e 7-0 na Luz, sinal de tempos desiguais.
Wando deu-se a conhecer em Portugal pelos guerreiros, foi finalista da Taça dos Campeões pelo Benfica, aponta a um empate num jogo que implicará emoções para os quatro primeiros da tabela.
“Na minha época, tudo era muito diferente, alguns jogadores já iam derrotados para o Estádio da Luz e isso deixava-me muito incomodado. Creio também que, nessa altura, um conjunto de jogadores brasileiros ajudaram a implantar a ideia de jogar mais em busca da vitória no campo do Benfica”, precisa Wando, hoje com 61 anos, agradado pela versão moderna dos guerreiros, capazes de disputar troféus e mexer com decisões na tabela, como ocorrerá em nova visita à Luz. Dando-se resultado adverso aos encarnados, o Sporting poderá ser já campeão.
“O Braga é respeitado jogue onde jogar, não importa se na Luz, Dragão ou Alvalade. Já não é fácil ganhar ao Braga e, mais que tudo, é de suma importância que possa vencer para se manter nessa luta contra o FC Porto pelo terceiro lugar. Já sobra pouco do campeonato”, aclara Wando, mesmo assim, fintando qualquer preferência.
“Pode vencer, mas torço pelo empate, seria triste dar o título ao Sporting. São dois amores”
“Não será impossível que o Braga vença, mas seria triste para mim que desse o título ao Sporting. Não posso negar que estou a falar dos dois amores da minha vida. Tenho de torcer por um empate”, afiança o antigo extremo, a par dos craques que ditam leis pelos minhotos.
“Tenho duas irmãs, Márcia e Marly, e um cunhado em Portugal. Recebo todas as informações dos jogos do Braga e também das prestações do meu sobrinho Domingos Quina, filho do Samuel, que jogou comigo no Benfica. Ele esteve muito bem com uma assistência agora na Pedreira”, realça Wando, tocando nos méritos individuais e coletivos.
“Gosto muito do Horta, Banza e do Roger, mas o Braga funciona muito pelo grupo”
“Gosto muito do Horta, do Banza e desse menino, o Roger. São todos diferenciados. Também aprecio o Vítor Carvalho, mas, na realidade, o Braga é uma equipa de grupo, todos se enquadram no sistema do treinador”, revela, lembrando amigos como Vítor Santos, João Cardoso, Zinho e esses jogos em final de época, com adeptos no campo e “jogadores de cuecas”. “Era de rir, emocionante”, resume.