Médio atingiu o jogo mil na carreira como profissional, entre cubes e Seleção. Declarações aos meios oficiais do Braga
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João Moutinho, homem de muitos títulos pelos clubes que percorreu e também campeão europeu por Portugal, vai reconhecendo apetite por uma vida depois de jogar, mas que sente estar ainda longe. Para já vai ensinando dentro do campo.
"Gosto de dar conselhos, a quem os quer ouvir, tanto ensino como gosto de aprender, estamos sempre a aprender! A comunicação é importante dentro e fora do campo, os conselhos são naturais, porque gosto que todos se tornem melhores jogadores. Quando falo é com essa ideia mas nem só os experientes devem falar", relatou Moutinho, firme no propósito de não enjeitar acumular conhecimento de jogo, mesmo com 37 anos. "Tem de se aprender, se acharmos que sabemos tudo vamos estagnar e ficar por aí. Nesta fase há que conhecer o corpo, o que tens de fazer, perceber como ajudar um companheiro a fazer algo melhor. Aprende-se dos 15 aos 50 anos! É isso que temos que levar na nossa vida, essa é a mentalidade que tenho, de nunca saber tudo", atestou Moutinho, reconhecendo no meio desta conversa mais simbólica da sua sensibilidade para liderar, o apetite de poder virar treinador.
"Não penso muito mas há gente que diz isso. Eu gosto de ensinar e comunicar, mas não me vejo já a mudar o que faço, quero continuar a jogar, essa é a minha maior alegria. Penso em dar o melhor para conquistar títulos nacionais e internacionais. Sentindo-me bem vou priorizar jogar, até chegar a altura de dizer chega, não consigo mais!", explicou, abordando com mais especificidade o futuro, após pendurar as chuteiras. "Acho que 90 por cento dos jogadores que estiveram 10 ou 15 anos a jogar, vão ficar ligados ao futebol, pelo menos algum tempo. Não é fácil desligar de um momento para o outro, com o contributo que tivemos neste meio, temos sempre algo a acrescentar. Hoje há mais antigos jogadores que viraram presidentes, diretores e treinadores também. Confesso que ser treinador fascina-me pela maneira de gerir. Mas é algo que tem grande desgaste, vai possivelmente ocupar mais tempo do que ser jogador. Tudo isso tem de ser visto, se queremos ou não queremos. Ainda me sinto bem ao ponto de pensar exclusivamente em jogar", juntou.