Paulo Alves lembra o triunfo gilista de 2002, numa época em que o Sporting tentava o bicampeonato
Corpo do artigo
Dia 2 de novembro de 2002, jornada 9. O Sporting lutava pelo bicampeonato que lhe fugia há 70 anos, mas os planos saíram furados, e essa data contribuiu para o desfecho: o Gil Vicente conseguiu uma vitória gorda, por 3-0, a última fora frente aos leões, ainda no velhinho Estádio José de Alvalade.
Paulo Alves foi o jogador que sentenciou, na altura, a partida, assinando o terceiro golo, aos 89’, após ter saltado do banco pouco antes, aos 76’. A O JOGO, o ex-goleador lembrou a partida e traçou as semelhanças com a atualidade: “Esse jogo, até pela expressão do resultado, deu muito que falar, porque não era normal, nem hoje é, uma equipa menor ganhar por 3-0 em Alvalade. E as diferenças para esta época nem são assim tantas. O Sporting era campeão nacional, tentava revalidar o título e tinha, como agora, um grandíssimo goleador, Mário Jardel, além de uma extraordinária equipa. Jardel, João Pinto, Ricardo Quaresma, Pedro Barbosa, Niculae, Paulo Bento e Cristiano Ronaldo, a dar os primeiros passos”.
Além disso, o atual treinador do Mafra, que jogou nos dois clubes e ainda treinou o Gil Vicente, lembrou os méritos de Vítor Oliveira no banco. “Foi um mestre a organizar defensivamente a equipa e a planear rápidos e perigosos contra-ataques. Mas, antes desse jogo, quando vimos a ficha, com Jardel e Niculae como pontas-de-lança; Quaresma e Cristiano nas alas e o João Pinto a municiar, dizíamos, meio a brincar: ‘ou vamos ser goleados ou, se nos organizarmos bem, ganhamos’. E foi mesmo isso que aconteceu”.
Nessa época, concluiu, o Gil Vicente “era uma equipa mais experiente” do que a atual. “Tínhamos Palecas, Gaspar, Casquilha e Nandinho, entre outros. Esta equipa é mais técnica, com uma relação muito boa com a bola, mas menos experiente, e isso traz problemas em alguns jogos. Agora, já tranquilo na tabela depois da vitória contra o Farense, se conseguir articular tecnicamente o seu jogo, pode surpreender nas transições. Tem é de, obrigatoriamente, arranjar um antídoto para Gyokeres, senão…”, rematou.