Martín Anselmi, treinador do FC Porto, fez este sábado a antevisão ao jogo no Estoril (domingo, 18h00), que conta para a ronda 27 da I Liga
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As duas semanas sem jogos foram uma espécie de mini-pré-época?
"Estas semanas são especiais. Tivemos muitos jogadores na seleção, também há descanso, porque acumulou-se muito tempo sem descanso e decidimos dar descanso aos jogadores. No fim de contas, foram duas semanas como qualquer outra, mas sem jogo ao fim de semana. Com os que ficaram, pudemos trabalhar conceitos da equipa e não estar a preparar um jogo. Isso é sempre bom. Por esse lado, foram bem-vindas. Também teria gostado de competir, porque quando o fazes e começas a ganhar gosto de lhe dar continuidade; é bom para qualquer equipa. Também ajudou para que os jogadores que foram à seleção tenham competido, vieram da melhor forma. Recuperámos muito bem esta semana, trabalhou-se com alegria, com vontade e, por isso, é bonito quando isso acontece. Foram grandes semanas."
Preferia ter continuado a jogar depois da vitória e da exibição com o AVS SAD?
"Sim, foi o que disse na resposta anterior. Há contextos e contextos. Em alguns caso é bom parar, porque podes ter jogadores lesionados ou é preciso preparar algumas coisas. No nosso caso, juntar quase três semanas longas e jogar como fizemos nesse fim de semana, preferia ter jogado. Mas não é uma coisa determinante. Também foram bem-vindas e aproveitámos bem."
Ficou com a defesa toda, mas perdeu o ataque todo. O que era mais importante?
"Aproveitámos para realizar algum trabalho com a defesa, porque tínhamos a defesa completa, com exceção do Stephen [Eustáquio], que foi jogar pelo Canadá. Mas, sim, aproveitámos para realizar trabalho específico. Sobretudo onde os queremos conter quando cruzam, onde vamos perseguir as diagonais, as diferentes profundidades, os encurtamentos de área, de metade do campo, as distâncias entre os intervalos… São coisas que ajudam muito. Dou muita importância à fase defensiva, porque, se defender bem, controlas o jogo. Para teres a bola, tens de a roubar ao adversário e o adversário não tem como te provocar danos. Por isso, a parte defensiva é que controla um pouco quem está a dominar o jogo. Se roubas a bola, o adversário fica frustrado, porque não tem por onde te atacar e isso faz com que cresçamos. Depois é preciso complementar isso criando situações de golo na baliza adversária. Mas a parte defensiva causa-me muito trabalho, porque é o que podemos controlar. A forma de atacar já não o podemos fazer, porque como defende o rival é que vai ditar como vamos atacar. Mas a parte defensiva, sim, porque somos nós que escolhemos como o vamos fazer: se vamos pressionar alto, se queremos pressionar em bloco, quem salta, quem vai ter de ajustar… Quando isso está bem coordenado e dentro do campo funciona como o treinaste, geralmente tens um bom jogo a nível defensivo. Depois, o futebol é imprevisível e acontecem coisas que não podemos controlar."