Martim Fernandes olha para Lamine Yamal: "Parece que às vezes está a jogar PlayStation"
Martim Fernandes, lateral-direito do FC Porto, participou no programa "Jogar em casa", da Sport TV+, gravado em outubro, durante a paragem de seleções anterior
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Acolhimento do plantel principal: “Já no ano passado, quando me estreei, acolheram-me bem, toda a gente gostou de mim. Agradeço a todos por me terem acolhido bem. Este ano já estou mais entrosado dentro do balneário e espero ter cada vez mais melhores relações com os companheiros”.
Amizade e concorrência de João Mário: “Ter um concorrente para a posição é sempre bom para podermos melhorar, querermos mais e chegarmos a outro patamar. É com competição que chegamos lá a cima e damos um passo em frente. É importante ter sempre um companheiro que nos dê força para continuar a trabalhar”.
Sonho de jogar no FC Porto: “Pressão tinha no início. Contra o Sporting foi quando tive maior pressão, mas a partir daí, quando entras em campo e dás os primeiros toques na bola, sai tudo do teu corpo, só jogas o teu futebol e fazes o que sabes fazer. A pressão do jogo sai. Todos os jogadores sentem mais pressão antes do jogo começar, no hotel, no aquecimento, mas depois começa o jogo e acalma”.
Jogo com o Sporting: “Começámos bem, por cima do jogo, estava tudo a correr bem, mas quando sofremos o primeiro golo a equipa deixou-se cair um bocado. A partir daí ficámos baralhados com a ideia de jogo, mas o míster deu logo as indicações e tudo voltou ao normal. Conseguimos passar por cima desse problema e correu tudo bem no final”.
Conhecimento dos miúdos de que a Constituição foi a casa do FC Porto: “Quando cheguei cá, foi a primeira coisa que me disseram. O meu pai também já me tinha dito, porque é um fã do FC Porto. É um sonho para qualquer miúdo. Vinha do Valonguense e vir aqui para a Constituição jogar era uma maravilha. Quando cheguei cá, era um sonho para mim. Foi um dos que realizei na altura”.
Referência no clube quando treinava na Constituição: “Gostava muito do Sérgio Oliveira. Era um ícone na altura, também era o capitão. E também gostava muito do Dalot, que sempre foi uma referência para mim, pela posição e pelo estilo de jogo. Os meus místeres comparavam-me muito ao Dalot, à sua forma de jogar e sempre me identifiquei com ele”.
Afirmação de Lamine Yamal na “Roja” é incentivo: “Não sinto pressão nenhuma. O Yamal é um extremo, gostava de o apanhar um dia. É um grande jogador. Parece que às vezes está a jogar PlayStation pela forma como passa pelos jogadores. Se pudesse vir contra mim durante um jogo acho que ia passar mal”.
Era bom aluno? "Era e os meus amigos sabem disso [risos]. Estou a ser um bocado irónico, mas acho que era, quando queria e estudava tinha as melhores notas, mas a partir de uma certa altura futebol e escola ao mesmo tempo não ajudou muito e comecei a descer um bocado."
E se não fosse futebolista? "Já disse muitas vezes à minha mãe que gostava de ir para física quântica, era bom no tema e gostava. Só que no 11.º já falhava muitas aulas e não conseguia aprender tudo."
Gostos além do futebol: "Adoro jogar basquetebol, ainda hoje, às vezes, venho para aqui [campo de jogos na rua onde cresceu] com o meu irmão. Gosto de ver todas as equipas da NBA e gosto muito de ver o Neemias Queta."
José Tavares, diretor da Formação do FC Porto
Conhecimento dos miúdos de que a Constituição foi a casa do FC Porto: “Sabem e vivem isso. Está no centro cidade, muita história aconteceu e eles sentem que o envolvimento é completamente diferente. Cá vive-se, respira-se, nutre-se e desenvolve-se com o espírito do Dragão”.
Como se faz um jogador à Porto: “O Martim Fernandes é um excelente exemplo do que é um jogador à Porto. Um jogador à Porto é aquele jogador que entende que a região Norte tem algo de transcendente, que vem de há muitos anos, que é dar tudo pela causa. E eles são educados no sentido de encontrarem em cada momento, ao longo do percurso deles, esta energia, esta forma de ser e de estar, que é cultural. Um dos grandes princípios que nos distingue é a cultura que incorpora cada um deles. O Marttim é um excelente exemplo em que o sonho de jogar na nossa equipa A é real, porque é desenvolvido perante um talento incrível”.
Semelhanças entre Rúben Neves e Martim Fernandes: “São excelentes exemplos de jogadores à Porto, que são nutridos e desenvolvidos cá, no ninho do Dragão, que começaram bastante novos, em que permitiram a aculturar-se ao que o FC Porto é, ao que os treinadores exigem, à necessidade do talento ser moldado. A mentalidade deles é muito semelhante. São extremamente competitivos, muito inteligentes e ambos vêm de famílias incríveis, com valores educacionais fantásticos, em que sempre estiveram ao nosso lado. Sempre conseguiram perceber que o FC Porto é uma excelente escola de formação, que quer desenvolver os homens e os jogadores, e que, quando o trabalho é conjunto, o bem comum floresce. No caso do Rúben, já está num nível altíssimo na Seleção Nacional. No caso do Martim, está no topo da nossa pirâmide, que é a nossa equipa A. Que tudo lhe corra muito bem, porque é extremamente competitivo, capaz, com um talento incrível e capaz de desenvolver muito dentro do campo para os sócios do FC Porto ficarem felizes com ele”.
Yamal como exemplo de afirmação de jogadores tão novos: “O Martim estará pronto para o Yamal ou outro que apareça pela frente, porque, para ele, o desafio é para ser alcançado e conquistado com sucesso. Este é um excelente exemplo do que é um jogador à Porto”.