Martim Fernandes, hóquei antes do futebol e o apoio do pai: "É doente pelo FC Porto"
Declarações de Martim Fernandes, lateral-direito do FC Porto, em entrevista à revista Dragões
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Início no futebol: “Eu jogava hóquei em patins antes de começar a jogar futebol, mas pegava no stick e não gostava daquilo. Jogava futebol em casa com os meus pais, depois o meu irmão também começou a dar uns toques e foi aí que comecei a jogar futebol.”
Jeito para mais algum desporto além do futebol e do hóquei? “Basquetebol e Counter-Strike [videojogo]. Sou muito bom no CS.”
Bom aluno: “Até ao décimo ano era um aluno de vintes, mas quando fui para o [Colégio] Júlio Dinis as notas começaram a descer. Estou a falar a sério, juro por tudo. Eu era do Quadro de Mérito."
E era bem-comportado? “Isso pronto, sabem como são os jogadores de futebol…”
Se não fosse jogador, o que seria? “Jogador profissional de CS, acho eu. Mais a sério? Qualquer coisa ligada à Física. Física da físico-química. O resto não sei, porque a partir do nono ano comecei a esquecer aquilo tudo.
Família: “A minha mãe sempre teve um plano B. Ela tratava dos assuntos da escola e fazia a ligação para o futebol. O meu pai queria que eu me focasse só no futebol, mas a minha mãe tinha medo e gostava que eu também me focasse na escola. São o principal suporte? Claro, a minha família esteve sempre comigo, sempre me apoiou em tudo que fiz e em todas as decisões que tomei. São eles o meu principal suporte."
Portista desde nascença: “Sou portista desde nascença. O meu pai é doente pelo FC Porto. Às vezes, quando chego a casa depois de fazer asneiras em campo, ele dá-me na cabeça e é um sócio. Comigo ele é um adepto. Quero que o FC Porto ganhe sempre e quero sempre o melhor para o clube.”
O que distingue os portistas? “É a nossa raça e a nossa ambição. O povo do Norte quer sempre mais e leva tudo até ao limite. É algo sem fim dentro do coração.
Primeiras memórias como portista: “Lembro-me de estar em casa a ver um jogo em que jogámos de amarelo com listas pretas, na altura do André Villas-Boas, e de o James Rodríguez marcar um golo. Mas não sei qual foi esse jogo ao certo [FC Porto-Nacional, 3-0, a 26 de janeiro de 2011].
Mudança para o FC Porto: “Tinha 10 ou 11 anos e jogava no Valonguense, o scouting do FC Porto falou com os meus pais e tiveram uma reunião com eles para dizerem o que queriam. Na altura eu era miúdo, disse logo que sim e vim para o FC Porto ver o que dava. Jogava a extremo ou a lateral direito.”
Em que se destacava? “Eu destacava-me pela força física, era um miúdo muito rápido e tinha muita explosão.”
Dragão de Ouro Atleta Revelação do Ano 2023: “É sempre um orgulho receber prémios aqui. É uma distinção do clube e fico feliz, claro, por receber esse prémio. Nervoso no Coliseu? Quando isso aconteceu há uma altura em que me engasgo e dou um suspiro. A partir daí saiu tudo mais fluído, mas antes disso estava muito nervoso.”
Sonha um dia vir a ser capitão do FC Porto? “Não sei se tenho muito jeito para ser capitão, mas claro que seria um orgulho ser capitão de um clube como o FC Porto.
FC Porto forma muitos bons laterais-direitos. Porquê? “Se calhar o scouting anda a apostar mais nos laterais-direitos, não sei [risos].”
Qualidades: “A minha velocidade e o meu critério de definição no último terço. Acho que é isso que me distingue. “
Defeitos: “Tenho muitos, toda a gente tem defeitos, mas não vou estar aqui a apontá-los.
Destaca-se na percentagem de acerto nos cruzamentos: “Por acaso já sabia, o meu pai falou-me disso e fico feliz, é algo bom para mim e para eu subir na carreira.”
O pai mostra-lhe tudo o que encontra? “O meu pai é assim. Sente orgulho pelo filho que tem e muitas vezes vem mostrar-me o que vê nas redes sociais com um sorriso de orgulho na cara. Isso é bom. É um pai babado, mas quando tem que dar… também me dá duras.”
Pilares: "O meu pai e a minha mãe são os meus pilares, são pessoas que sempre trabalharam muito para conquistarem o que têm hoje e estou muito orgulhoso deles."