Martim Fernandes fala de Sérgio Conceição, Vítor Bruno e não só: "Foi um dos que me ensinou mais..."
Declarações de Martim Fernandes, lateral-direito do FC Porto, em entrevista à revista Dragões
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Estreia na Youth League. Tinha 15 anos e sete meses: “Lembro-me. Foi contra o Atlético, em Madrid. Na altura era jovem, ainda mais do que sou agora, mas não ficava tão nervoso como fico hoje em dia. Não ligava muito a isso."
Agora fica mais nervoso? “Agora fico mais nervoso, sim. Não combato, fico nervoso até ao apito inicial e depois aquilo começa a acalmar."
Estreia pela equipa B: “ Contra o Covilhã. Mas foi um dia de má memória, porque depois do jogo fomos treinar e tive uma lesão."
20 de outubro de 2023, gélida noite de sexta-feira em Chaves: “Foi quando me estreei pela equipa A do FC Porto, na Taça de Portugal, contra o Vilar de Perdizes. Quando o mister me chamou fiquei todo nervoso, nem me passou mais nada pela cabeça. Entrei à pressa e nem sabia o que pensar."
Nervosismo só antes do jogo: “Só fico nervoso antes de entrar em campo. Lá dentro sentimos uma calma porque estamos a jogar o nosso jogo, estamos a fazer o que sabemos e o que gostamos.”
Importância dos adeptos: “Todos sabemos que o FC Porto tem uma claque que apoia o clube há muito tempo e são o 12.º jogador em campo. Sempre apoiaram o FC Porto de maneira consistente, dão-nos sempre apoio em casa e nos jogos fora e são sempre uma grande ajuda para nós."
Estreia na Liga a 28 de abril. O que mostrou a Sérgio Conceição durante esses seis meses? “É uma pergunta muito difícil de responder. Não sou treinador, não tenho a perceção que o mister tinha na altura e não sei mesmo dizer.”
Já foi treinado por Capucho, Folha e Sérgio Conceição. O que é que cada um lhe ensinou? “Com o Capucho trabalhei durante pouco tempo, foi mais na Youth League. O mister Folha foi um dos que me ensinou mais, que me ajudou mais nos treinos, e passava-me ideias de jogo mais maduras. O mister Sérgio era mais exigente, puxava por nós, e é sempre bom ter alguém que nos faça puxar por nós próprios. Ele era exigente connosco, mas a partir de certa altura já éramos nós a exigir o máximo de nós próprios."
Titular na Supertaça: “Estava nervoso, toda a gente fica nervosa antes de uma final, mas entrámos lá para dentro com a convicção de que íamos ganhar. Começámos um bocado mal, mas graças a Deus acabou por correr tudo bem.
Acreditou na reviravolta depois do 0-3? “Tem que haver sempre essa esperança na reviravolta. A confiança que o mister nos transmitiu ao intervalo deu-nos uma certa moral de que íamos ganhar, ele deu-nos vários exemplos de jogos dados como perdidos que as equipas acabaram por vencer e foi isso que fez renascer a esperança.
Já alguma vez tinha sido lateral-esquerdo num jogo a sério? “Num jogo a sério acho que não, foi a primeira vez que joguei ali. Eu só queria jogar à bola e ganhar o jogo. Não queria saber onde jogava, eu até podia jogar a guarda-redes. Se o mister me metesse na baliza eu jogava."
No fim desse jogo revelou o conteúdo da palestra ao intervalo e levou uma dura do mister em direto. Serviu de lição? “Quis contar aos adeptos um facto curioso, para eles perceberem como são as palestras no balneário, e acabei por revelar algo confidencial. Mas não o fiz por mal, foi na brincadeira e o mister percebeu.
Vítor Bruno tem trocado regularmente de lateral-direito: “Pretende puxar por mim e pelo João [Mário], que é um jogador espetacular e incrível. Acho que o mister quer ter ambos no máximo e levar-nos ao limite. Promovendo essa competição acho que vamos melhorando cada vez mais."
Registo quase perfeito no Dragão e outro tão irregular fora de casa. Porquê? “Isso é uma análise que cada pessoa pode fazer como entender, eu gosto muito de falar no fator sorte e azar. Às vezes temos sorte, noutras azar, mas dentro de casa somos o FC Porto, esta casa é nossa e ninguém vem aqui matar o FC Porto, por assim dizer."
Como é que sabe quem é o João Pinto? Quando nasceu ele já tinha acabado a carreira há 10 anos… “O João Pinto é uma lenda do FC Porto, é o jogador com mais jogos pelo clube e desde a formação que nos transmitem essas coisas. O Jaime Magalhães e o Paulinho Santos foram meus treinadores e vão-nos dizendo quem são essas pessoas desde os sub-12.”