Mário Monteiro atingido com uma tocha: "Disse-lhes que se fosse na cara estava cego"
Preparador físico do Sporting à data do ataque à Academia depõe esta quarta-feira em mais uma sessão do julgamento.
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Depois de André Pinto, esta quarta-feira é também a vez de Mário Monteiro, preparador físico do Sporting na altura do Ataque à Academia, prestar o testemunho na 18.ª sessão do julgamento.
Monteiro pormenoriza o momento em que foi atingido por uma tocha:
"Na confusão começam a fugir e levei com uma tocha na zona abdominal. O Dr. Varandas disse que se desviou e eu levei com ela. Foi quando fugiam. Fugiram e ficámos nós lá, uns a chorar e outros preocupados. Levei com a tocha onde estava o Bas Dost, na zona de calçar as chuteiras. Foram lançadas tochas e uma queimou-me a camisola e deixou um vermelhão. Não foi bem uma queimadura. Foi na barriga o vermelhão e no punho esquerdo", começou por revelar.
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"Já só vi Jorge Jesus e William [Carvalho] quando fui lá para fora. Jesus a sangrar do canto da boca. Vi Aleluia, Fernando Mendes, o sr. Torres e outro que não consegui identificar. Falei com eles lá fora dez minutos e disse-lhes que se a tocha fosse na cara estava cego", continuou, admitindo depois que nem todos os invasores agiram da mesma forma.
"Eles diziam que só tinham ido para conversar, que não tinham nada a ver com aquilo. Falei com esses e ali trataram-me bem. Diziam que não se identificavam com aquilo e entenderam. A conversa com esses quatro lá fora e com o Jesus e o William foi pacífica. Não estavam encapuzados. Fui pedir explicações do porquê de ter sido agredido com a tocha, porque foi grave e podia ter ficado cego. A polícia tirou fotos das marcas", concluiu.
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