Luís Silva reagiu pela primeira vez à suspensão preventiva de que foi alvo, por insultos no jogo da última jornada da II Liga. Médio revela ter sido “muito difícil” não poder participar nos dois jogos contra o Portimonense, que resultaram na subida à I Liga. “Foram duas semanas que pareceram dois meses”, desabafa.
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Luís Silva falhou os dois jogos do play-off com o Portimonense, que proporcionaram ao Aves SAD a subida à I Liga, por ter sido suspenso preventivamente pelo CD da FPF, em resultado de insultos alegadamente racistas no jogo da última jornada da II Liga, frente ao Tondela. O médio comentou, pela primeira vez, a punição que lhe foi instaurada por expressões dirigidas ao sul-africano Yaya Sithole, e que motivaram a expulsão nesse jogo. “Foi muito difícil. Ao longo da minha carreira, habituei-me sempre a jogar, e por isso foi muito difícil. Foram duas semanas que pareceram dois meses, porque gostava muito de ter ajudado os meus colegas, mas, se calhar, ainda bem que não pude ajudar, já que correu bem”, começou por dizer.
O jogador de 31 anos, que termina contrato com os avenses no final deste mês, acrescentou que tudo será “esclarecido nos locais próprios”. “Quem me conhece sabe que não sou racista, nem tenho esse tipo de comportamentos. Os meus colegas manifestaram-se logo, e que se fosse preciso alguma coisa estariam disponíveis para esclarecer. Recebi mais mensagens de apoio do que de repúdio”, revelou. “Sei aquilo que sou, a minha família, os meus amigos, os meus colegas e o clube sabem aquilo que sou, são coisas do jogo, não vou repetir aquilo que disse, mas não foi uma atitude racista, foi um desabafo”, defendeu, sem mais detalhes. “Faz parte, é o futebol”, adiantou, garantindo estar “totalmente tranquilo”, porque, sublinhou, é “uma pessoa íntegra”.
Um “projeto muito sério”
Luís Silva concorda com Henrique Sereno, presidente da SAD, defendendo também que “o play-off pode ter aproximado” do clube as pessoas das Aves. “Este projeto é muito sério”, salientou. “São 13 anos como profissional, já passei por vários clubes, alguns até históricos, e se calhar muitos não tinham a seriedade que esta estrutura tem”, elogiou. “Durante a época, nunca tivemos uma assistência como no último jogo com o Portimonense. Pelo que vi na receção ao autocarro da equipa, disse que pagava para jogar esse jogo, porque assim vale mesmo a pena. Se as pessoas aderirem é muito melhor para os jogadores”, sublinhou.