Declarações de Luís Pinto, treinador do Vitória de Guimarães, após o treino aberto da equipa principal
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Como está a correr a pré-época: “Temos um Vitória preparado e a continuar a preparar-se, com uma aceitação do grupo do trabalho, dos jogadores e da equipa técnica, muito boa, com muito bom ambiente, e a receber da melhor forma possível aquilo que queremos transmitir aos jogadores, e a recebermos da melhor forma possível aquilo que o clube nos tem para transmitir e os jogadores que cá ficam nos têm para transmitir. Esta pré-época serve muito para isso: para transmitirmos valores, comportamentos, além da capacidade física que é normal na pré-época. Temos um balanço muito positivo do momento atual do Vitória nesta pré-época”.
Se está satisfeito com o plantel: “Estou extremamente satisfeito. Temos jogadores de muita qualidade que se mantêm por cá, jogadores de muita qualidade que chegaram. Há jogadores a chegar que vêm acrescentar qualidade e opções ao grupo. Por isso, estou extremamente satisfeito”.
Se lhe foi pedido algum objetivo: “Em termos de objetivos, não. O Vitória é um clube muito exigente por tudo, pela massa adepta, pela história do clube. Temos sempre a intenção de olhar para a Europa como objetivo. Agora, essa é uma questão muito longínqua. Temos de nos focar no dia a dia, em melhorar o nosso processo todos os dias e em preparar o próximo jogo da maneira mais correta possível para que possamos ganhar. É isso que, enquanto dinâmica de grupo, queremos criar a nível de cultura. Queremos olhar para o próximo jogo com o objetivo de vencer, de preparar o próximo jogo para vencer. Tem de ser essa a nossa forma de estar”
Se preferiria ter uma entrada com outro nível de competitividade: “Não. Temos de ter a capacidade de fazer o melhor com aquilo que temos. Também nos dá esta pré-época sem este início tão avançado em relação aos outros adversários faz com que tenhamos tempo para trabalhar as nossas ideias de forma tranquila, de uma forma em que possamos testar, errar, crescer. O nosso estado de preparação é ótimo e o nosso tempo de preparação é ótimo para chegarmos à primeira jornada extremamente bem preparados, quer do ponto de vista da competitividade, quer do ponto de vista da dinâmica que pretendemos para a nossa equipa a nível de jogo, a nível de ideias e de forma física obviamente”-
Se espera mais entradas e saídas do plantel: “Temos jogadores de enorme talento. O mercado, estando aberto, temos de estar sempre preparados para o que pode acontecer. Dentro do que são as necessidades, estamos extremamente bem munidos com os jogadores que temos. É deixar o mercado correr, porque não controlamos o mercado. Temos de estar preparados para aquilo que nos possa dar”.
Se há alguma posição que exija mudança mais cirúrgica: “O que tínhamos identificado no início da época, com a parte da estratégia, está identificado e bem conversado dentro do clube. Julgo que não há nada de relevante a acrescentar”.
O que permitiu o estágio: “O estágio permitiu essencialmente criar ligações humanas. No fim do dia, somos todos homens. O que é necessário é termos boas ligações entre todos, e a parte humana estar acima de tudo. O estágio permitiu muito isso: criar relações, aproximar as pessoas que chegaram, quer a equipa técnica, quer os novos jogadores àqueles que já cá estavam e ao staff. O estágio correu muito, muito bem. O balanço é extremamente positivo. A nível de treino, permitiu-nos continuar a crescer naquilo que acreditamos que deva ser a nossa forma de estar em campo, testando estruturas, avançando com a estrutura que, desde o início, sem qualquer problema, temos vindo a demonstrar qual é”.
O que representa o Vitória em termos pessoais: “Essencialmente, valorizar muito o que está para trás. Só acredito que este momento de chegar ao Vitória tenha existido por aquilo que é o passado, por aquilo que é o crescimento, por aquilo que são as experiências que vamos tendo noutros contextos e nos fazem ficar preparados para contextos de maior exigência. Obviamente que o Vitória é o contexto de maior exigência da minha carreira até ao momento. Não há problema nenhum em admitir isso. Temos de estar cientes disso e preparados para isso. Faz parte do trajeto natural de quem quer vencer no futebol, de quem quer estar no futebol com um objetivo de conquistar e de unir aquilo que é uma carreira que tem vindo a ser de crescimento e sustentada àquilo que é o clube que está num momento em que também tem tido um crescimento sustentado internamente. Queremos fazer com que haja dentro de campo uma continuidade do crescimento quer da minha carreira enquanto treinador, quer naquilo que é o clube a nível de crescimento interno. É o momento certo para nos juntarmos e criarmos esta simbiose da minha parte e da parte do clube”.
Se sente mais responsabilidade por ter sido campeão da II Liga: “Ser campeão é sempre um motivo de satisfação. Depois traz confiança no processo conseguir olhar para as coisas de uma forma natural. É verdade que o salto é grande. Mas se o salto foi dado e existe esta realidade neste momento é porque as pessoas acreditam que estamos preparados para isso. Temos essa confiança sustentada em resultados. No futebol, isso é importante. Podemos acreditar muito, mas se for sustentado em resultados acaba por ser mais sólido”.