ENTREVISTA III - Líder da APAF, Luciano Gonçalves, alerta para a necessidade de “olhar o problema de uma forma construtiva”
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Luciano Gonçalves diz que tem sido possível recrutar árbitros, mas defende a urgência de criar um projeto de retenção.
Quais os condicionalismos que identifica no quadro nacional da arbitragem?
-A principal dificuldade é a falta de árbitros. Corremos sérios riscos de, dentro de poucos anos, não termos árbitros suficientes para os campeonatos distritais.
O que gostaria de ver alterado?
-Que todas as pessoas verdadeiramente interessadas no fenómeno olhassem para isto de uma forma construtiva. Estamos a querer aumentar o número de atletas de forma significativa, mas não nos podemos esquecer que também temos de aumentar os árbitros. É possível recrutá-los, mas temos de fazer um projeto de retenção, que é onde temos falhado principalmente. Recrutamos árbitros e fazemos com que gostem da arbitragem, mas depois não encontramos forma de os convencer a ficar. E há outro problema: não aproveitamos pessoas que estão ou estiveram na arbitragem nas últimas décadas.
Qual o principal projeto até terminar o mandato?
-É a construção de um centro de estágios. Já temos o apoio aprovado pela Federação, e um acordo com a Câmara Municipal de Óbidos, onde ficará situado. Estamos na parte do projeto, das especialidades.
E outras iniciativas?
-No dia 11 vamos inaugurar uma carrinha interativa que se deslocará a escolas, clubes ou associações. É um veículo com ecrãs, onde um jovem pode decidir lances de jogo, como se fosse um árbitro. No exterior, terá óculos de realidade virtual, onde os jovens podem colocar os óculos e “ocupar” o lugar de um árbitro conceituado e também tomar as suas decisões. É um bocadinho uma arbitragem adequada aos novos tempos, com a intenção de captar mais jovens e humanizarmos a figura do árbitro.