
Luciano Gonçalves ao centro
Lusa
Presidente do CA marcou presença numa conferência de imprensa, esta quarta-feira, ao lado do Diretor Técnico para a Arbitragem, Duarte Gomes
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Trabalho do CA: "Como tínhamos assumido, iremos dar seguimento à nossa estratégia de comunicação, onde tínhamos definido que a cada 10 jornadas iríamos fazer uma análise. Independentemente do ambiente, iríamos fazer o levantamento. Esse compromisso reflete o que definimos com transparência, uma série de momentos que pretendíamos valorizar a transparência. Passámos a explicar os lances no Canal 11, dando continuidade na Sport TV, passámos a colocar cá fora os relatórios dos desempenhos dos nossos árbitros. Foi esta a estratégia definida e a que iremos continuar a levar. É este o nosso compromisso com o jogo, com a arbitragem, e não iremos sair dessa linha que tínhamos traçado. Acreditamos no processo, sabemos perfeitamente que os erros vão continuar a acontecer. É nossa função e objetivo trabalhar para que haja uma assertividade maior. É para isso que trabalhamos. Mais à frente, irei falar sobre os números que dizem respeito ao nosso quadro e a estas 10 jornadas. Mas dar-vos também uma nota que é muito importante: todos os pedidos de reunião solicitados pelos vários agentes, clubes, associações, foram dados em menos de 24 horas. Não houve um único pedido de reunião de clubes que não obtivesse resposta. Estamos sempre disponíveis para falar com todos, com dois princípios inegociáveis: diálogo e total independência. O CA quer e será sempre parte da solução e não do problema".
Tansparência: "Há alguns dados que gostaria de deixar. Nestes meses de trabalho, as principais ações que este CA e a direção técnica foram fazendo: criámos um quadro do VAR, o que era levantado por todos como um dos problemas. Passámos a fazer conferências antes das finais nacionais com a presença de árbitros, para poderem também falar. Passámos a ter a explicação dos lances em dois formatos, de forma a humanizar, explicar e poder, de alguma forma, dar a entender ao público aquilo que são as nossas dificuldades, leituras. Passámos também a poder juntar os clubes nas nossas formações com árbitro. Passámos a publicar avaliações de desempenho, com descidas e subidas de árbitros ao fim de seis meses. E tudo isto pela transparência. Sabendo os riscos inerentes. O nosso objetivo principal será sempre a transparência, isto será para seguirmos esse caminho. Naturalmente nunca estamos satisfeitos enquanto começar a existir um erro de um dos nossos. Procuramos a perfeição, mesmo sabendo que é utópico. Mas é essa a exigência. Todos os dias trabalhamos para melhorar a arbitragem e o futebol português."
Sem jarras: "Temos muita confiança neste quadro de árbitros. Mas é muito importante perceber o que é a tipologia de árbitros que temos nos quadros. 40% dos nossos árbitros têm três ou menos anos na 1.ª Liga. 25% tem dois anos ou menos. 67% dos nossos VAR têm menos de 50 jogos no desempenho dessa função. E 30% dos VAR iniciaram este ano a sua carreira no desempenho dessa função. Como perceberam, fomos alargando o leque de árbitros nos principais jogos. A partir do momento em que estão no futebol profissional, estão aptos para estarem em qualquer estádio. Não podemos continuar a ter um ou dois árbitros em dérbis e clássicos. E este CA e direção técnica continuarão a trabalhar para que haja cada vez mais árbitros em dérbis e clássicos. Antes de passar a palavra, permitam-me mais uma nota. Com este CA, não existirão jarras. Eu disse recentemente, quando tomei posse, que jarras são para flores. E assim mantenho. O que este CA faz é aquilo que qualquer clube faz com os seus ativos: faz gestão dos seus jogadores. Jamais irá fazer jarras porque os jogos correram bem, mal ou por pressão exterior. Iremos gerir sempre os ativos com responsabilização, assumindo os erros, responsabilizando os erros, mas jamais irá gerir com pressão externa ou ruído inerente. Sempre com o princípio de responsabilização do erro. Para nós é muito importante que os árbitros sejam defendidos, estejam tranquilos, valorizando a competência deles. A muito curto prazo iremos apresentar o Plano Nacional de Arbitragem, em janeiro. Irá ser a nossa Bíblia para os próximos 12 anos, onde irá ficar bem claro o que queremos da base ao topo da arbitragem nacional. Temos de triplicar o número de árbitros, mesmo sabendo que é muito difícil. E para isso, existem uma série de fatores que têm de se conjugar: criar condições para que os jovens queiram dedicar-se a isto, temos de respeitar o futebol. E isso só é possível se todos tivermos o mesmo espírito."

