Conselho Fiscal do Santos vetou a proposta, que nem foi discutida pelo Conselho Deliberativo. Orlando Rollo, presidente do clube, força a venda. Encarnados têm emissário no Brasil e confiam na contratação.
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O Benfica esperava o aval definitivo do Santos para selar a transferência de Lucas Veríssimo para a Luz, mas deverá ser obrigado a subir a parada nos próximos dias para garantir a contratação do central pretendido por Jorge Jesus. Isto porque a proposta das águias foi chumbada pelo Conselho Fiscal, acabando por nem ser votada pelo Conselho Deliberativo na reunião de terça-feira, que acabou já durante a madrugada no horário português.
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Os cerca de sete milhões colocados em cima da mesa pelo Benfica como valor da compra obrigatória estipulada após o empréstimo do atleta, a começar já em janeiro, foram considerados baixos pelos conselheiros do Santos, que apontaram também como defeito o facto de o Benfica pagar o passe do central ao longo de cinco anos, vistos como excessivos. Os conselheiros pretendem ver Lucas Veríssimo render mais, e ser pago em menos tempo, razão pela qual não se mostraram sensibilizados pelos argumentos e pela pressão de Orlando Rollo, atual presidente do clube e líder do Comité de Gestão - o Santos vai a eleições dia 12 de dezembro, razão pela qual a equipa diretiva em funções não tem poder para decidir os principais negócios sem autorização superior -, que destacou a necessidade da venda, ameaçando até com a possibilidade de bancarrota do clube, face ao momento muito complicado em termos financeiros dos paulistas.
Rollo acabou por assegurar mais tempo para o Benfica e nos próximos dias deverá voltar a apresentar novos argumentos para justificar a venda junto dos Conselhos do Peixe, assim como uma subida da oferta. Isto com a ajuda de um emissário presente neste momento no Brasil para resolver o processo. E apesar do percalço os encarnados mantêm a convicção no sucesso da transferência, contando que Lucas Veríssimo estará mesmo em Lisboa nos primeiros dias de 2021 para começar a trabalhar às ordens de Jesus.
São cerca de sete milhões que o Benfica colocou em cima da mesa após um empréstimo com compra obrigatória. Pagamento proposta em cinco anos
O trabalho de Rollo e do emissário benfiquista é agora convencer os conselheiros, que apontam a oferta do Al-Nassr, de Rui Vitória - a qual Lucas Veríssimo recusa, pois dá primazia ao Benfica e à mudança para a Europa -, como um exemplo, pois, apesar de até ser inferior, cerca de 5,5 milhões de euros, seria paga em apenas duas tranches: uma já e outra em janeiro. No caso da proposta das águias, a mesma pode ser antecipada imediatamente na totalidade, para que o Santos possa fazer face às necessidades urgentes de caixa, de forma a pagar ordenados e prémios em atraso, mas neste caso o Peixe terá de descontar ainda alguns encargos e 15 por cento, segundo a Imprensa brasileira, de juros pela operação.