Nápoles segurou pérola, pondo travão a interesses de City, Real Madrid e PSG, com exigência de 120 milhões de euros. Antigo colega fala do craque que visita a Pedreira.
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Com 14 golos e 14 assistências na época passada, Kvaratskhelia pôs uma cidade fanática aos seus pés, merecendo a adulação napolitana e encómios de outra galáxia ao ser chamado "Kvaradona".
O craque georgiano revelou um manual técnico de eleição, prodigioso em muitos jogos, oferecendo em Itália o mesmo requinte das suas ações banhadas a ouro na Rússia, na etapa de três épocas no Rubin Kazan, não duvidando de si no "Calcio", após breve passagem pelo Dínamo Batumi, da Geórgia, deixando Kazan no início da guerra.
"Um cérebro futebolístico que podia fazer tudo o que quisesse" foi a visão de Leonid Slutsky, o carismático técnico russo, ao ter em mãos tamanho diamante. Numa entrevista anterior, falava da capacidade do avançado driblar todos os colegas que quisesse numa sessão de trabalho.
Estando Kvaratskhelia a caminho de Braga para se estrear na Champions pelos "gli azzurri", ouvimos o médio Bashkirov, médio formado no Zenit que joga nos finlandeses do VPS e foi colega de balneário do georgiano no clube de Volga. "Assinou pelo Rubin após passar pelo Lokomotiv, pelo que o seu potencial já era conhecido. Mas, ao vê-lo, percebi que combinava talento, profissionalismo e atitude inteligente. Durante os treinos era sempre um rapaz inspirado e talentoso, constantemente focado no jogo. Trabalhava de forma inesgotável para mostrar toda leveza no desempenho", partilha Bashkirov.
Ainda que esteja algo discreto em 2023/24, o médio do VPS rejeita "qualquer estranheza" com o estrelato ganho pelo georgiano. "Conheço o talento, as ambições e também os seus sonhos. Ele ansiava grandes jogos e grandes palcos, ainda para mais passando pelo Batumi. Tinha muita energia para soltar e arte futebolística para expressar. Apostei com amigos que bateria a melhor marca de qualquer futebolista saído da Rússia para Itália. Era um registo de Shalimov. Ele foi muito além, exagerou os meus prognósticos", brinca, admitindo outros contornos que se puseram favoráveis para o singrar de Khvicha.
"Encontrou em Nápoles o ambiente certo, a melhor equipa de Itália da época. Spalletti, que mudou a minha forma de treinar, foi um parceiro incrível para a explosão desse talento. Preparou a equipa de forma inteligente e favoreceu o aspeto individual", elogia. "Respirou a cordialidade e empatia dos napolitanos. Uma cidade a viver as emoções da equipa e do estádio. Isso fez bem a "Kvara". Deu-lhe tranquilidade e confiança", atesta, consciente de que o georgiano enfrentará mais dificuldades esta época, mas que vai "continuar a presentear todos com a sua alegria em campo".