O adepto leonino, agredido em maio de 2020 no Estoril, esteve para depor esta quinta-feira, mas viu o depoimento adiado por questões de saúde
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Decorreu esta quinta-feira em Sintra mais uma sessão do julgamento que está a julgar 31 arguidos ligados aos No Name Boys, claque afeta ao Benfica. Esta manhã foi ouvido José António Martins, agente da PSP que testemunhou o ataque a João Paulo Araújo, adepto do Sporting que foi agredido a 26 de maio de 2020 por membros deste grupo organizado de adeptos.
O agente referiu que "estava descaracterizado" e "a caminho da esquadra" quando notou "um homem a tentar fugir de vários indivíduos que o agrediam. "Gritei polícia e começaram a fugir. Depois fui prestar ao auxílio à vítima", testemunhou, contando que os atacantes "estavam encapuzados com camisolas e cachecóis alusivos ao No Name Boys a tapar a cara".
José António Martins relatou ainda que os atacantes tinham um bastão de 70 centímetros e martelo, instrumentos que utilizar para agredir a vítima, esta que "ficou toda ensanguentada". "Quando fui prestar, já estava em tronco nu. Não sei se lhe rasgaram a t-shirt. Contou que já tinha acontecido uma situação semelhante na semana anterior e que se tratava de elementos de uma claque rival à que ele pertencia", descreveu.
A vítima dessa agressão, João Paulo Araújo, constituiu-se assistente deste processo e esteve para testemunhar esta quinta-feira. Contudo, encontra-se hospitalizado no Reino Unido, devendo prestar declarações na próxima sessão.
Também ouvido esta manhã foi Gilberto Jesus, agente de PSP que analisou as imagens de CCTV de tentativas de agressão a Cardinal, jogador de futsal do Sporting, que ocorreu a 9 junho de 2019, em Alvalade.
À margem da sessão, aconteceu uma situação caricata: o espelho de uma das casas de banho do Tribunal de Sintra estava repleto de autocolantes alusivos ao No Name Boys. A GNR, presente no local, mandou retirar os autocolantes.
O julgamento continua a 6 de janeiro. Estão a ser julgados 31 arguidos, pertencentes ao No Name Boys, acusados de mais de 200 crimes.