João Diogo Manteigas responde às acusações de que liderou movimento que resultou em desacatos na AG do Benfica
João Diogo Manteigas, candidato à presidência do Benfica nas eleições de 25 de outubro, foi entrevistado na CMTV, este domingo
Corpo do artigo
Foi visado por vários candidatos, liderou ou não um movimento de sócios que resultou em desacatos na Assembleia-Geral? "Durante o dia de hoje fui sendo informado que os outros candidatos à presidência decidiram entrar numa onda de mediatismo a envolver o meu nome. Agradeço a atenção, o mediatismo fez esquecer que, ontem, um árbitro empurrou um jogador do Marítimo frente ao Sporting B, o Sporting passeou frente ao Estoril, e o presidente do FC Porto atacou o presidente da Liga. Não lidero movimentos no Benfica, vou às Assembleias, sou sócio há 41 anos. Tive o gosto e a lisura, na Assembleia do orçamento, de acompanhar Mayer a uma Assembleia Geral, porque tinha medo que ele se enganasse na porta da Assembleia. A última vez que Luís Filipe Vieira foi a uma Assembleia foi em 2019, quando apertou o pescoço a um sócio. Ontem, na Assembleia, Noronha Lopes cumprimentou-me e desejou-me sorte para a campanha, agradeci e retorqui o desejo, e depois sentei-me perto dele. Um grupo de sócios que eu não conheço abordou-me, quando percebeu que Luís Filipe Vieira se inscreveu para falar. Um desses sócios disse-me "atenção, há muita gente que viu que Vieira vai falar, e vai abandonar o pavilhão". Respondi "o que tenho a ver com isso?". Ele disse-me "sendo você um candidato que representa a mudança no Benfica, queria saber da sua sensibilidade para sair". Disse-lhe para falar com Noronha Lopes. Ele respondeu "Noronha Lopes abandonou-nos em 2020 e 2021, não quero falar com ele". Então, disse-lhe que ia falar com os outros candidatos, para que eles tomassem essa decisão. Disse-lhes "atenção, está a posicionar-se um grupo de pessoas para sair, perguntaram-me se queria tomar essa decisão". Martim Mayer disse, perentoriamente, não. Noronha Lopes disse-me "nós não vamos sair". Eu disse ao sócio "eles não vão sair, eu também não saio". Mais de dois terços da assembleia foram embora quando Vieira falou. Eu vou às assembleias desde sempre, as pessoas conhecem-me, e estão à vontade para falar comigo."
Luís Filipe Vieira associou-o aos adeptos radicais, como vê esta acusação? "Vieira foi deposto pelo Ministério Público, Rui Costa vai ser deposto pelos sócios. Não vou falar de Vieira, não vou dar tempo de antena."
Teve alguma responsabilidade nos acontecimentos da Assembleia Geral? "Não tenho responsabilidade, direta ou indiretamente. Agradeço a relevância que os outros candidatos me estão a dar, mas estou preocupado com o jogo com o Chelsea. A nossa candidatura é de puro associativismo. Identifico-me com todos os benfiquistas, não sou promotor de movimentações que coloquem em causa o bom nome do Benfica."
Lamenta os desacatos na assembleia? "Não lamento quando um sócio tem o direito à palavra, e os outros sócios não o quiseram ouvir, eu fiquei a ouvir. Não posso ser responsabilizado pelos atos de outras pessoas. O mesmo direito que uma pessoa tem para falar, os outros têm para sair. Não ouvi insultos, ouvi gritar o hino do Benfica atrás de mim. Quando se dá esta situação, em que Luís Filipe Vieira sobe ao palco, dois terços da Assembleia saíram, mas os candidatos ficaram para ouvir. Eu e o Noronha Lopes estávamos em pé, a falar. Noronha Lopes disse-me "vamos falar com o Martim [Mayer] e com o Pereira da Costa para tentar acalmar a Assembleia, para Vieira falar". Quando vamos ter com Pereira da Costa [presidente da mesa da Assembleia Geral], é quando se origina esta situação, sem insultos. O que aconteceu não dignifica o Benfica."