João Diogo Manteigas: as ideias sobre o ambiente na Luz, a centralização e a comunicação
Candidato à presidência do Benfica responde a perguntas dos adeptos
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Melhorar ambiente no Estádio da Luz: “Tem sido amplamente debatido entre nós. Temos noção de que ambiente no Estádio da Luz deve ser melhorado. Será uma prioridade no início do nosso mandato criar uma experiência diferente e única para todos os sócios e adeptos terem maior impacto nos jogos e puxar até mais pelas nossas equipas, quer antes, quer durante os jogos. Vamos propor alterações relacionadas com o speaker e uma nova abordagem em relação ao enquadramento das músicas e das luzes. Há que fomentar o apoio orgânico de todos, para que seja um estádio em uníssono, sem ser abafado por músicas que pouco ou nada se identificam com o Benfica. Por outro lado, iremos reunir com a Liga e com o Governo para pressionar a extinção da reformulação quase integral das zonas com condições especiais de acesso e permanência dos adeptos. É uma aberração na lei não permitir panos ou bandeiras com dimensões de um metro por um metro e ninguém pensou nos miúdos e na sua interação nos jogos. Os sócios e adeptos têm de novamente fazer parte dos jogos no Estádio da Luz.”
Centralização dos direitos televisivos: “A centralização favorece os clube mais pequenos mas reflete pior a procura de quem quer comprar esses direitos. O futuro imediato dos direitos vão condicionar substancialmente a indústria, logo a diminuição desses direitos e do seu retorno irá gerar dificuldades que nós entendemos insuperáveis aos clubes mais valiosos, que é o caso do Benfica. Não se analisar com base no exemplo de outras ligas, do seu formato e cultura. Esta identidade cultural é essencial, pois a sua realidade aproxima-se mais da venda individualizada, porque a nossa liga tem muitos participantes e todos diferente. O Benfica tem de lutar para manter no mínimo os valores que recebe atualmente, a rondar os 40 M€/ano. O que vai ser difícil. Ainda não certeza sobre o modelo, embora se saiba a preferência pelo modelo espanhol, que entendo não ser replicável em Portugal. O Benfica tem de liderar este processo ao lado da Liga, FPF e Governo, nem que seja para meter a lei da centralização em stand-by, se bem que o ideal era revogá-la para pensá-la melhor e de forma sustentada. O caminho que defendo é redução dos quadros competitivos da I e II ligas. Menos clubes, mais qualidade, mais competitividade, mais dinheiro e receita audiovisual para todos. Portugal não tem lugar para albergar 18 clubes em cada liga. O Benfica não tem de ter medo de ir contra a centralização se a solução não for a melhor para o clube.”
Comunicação: “A comunicação do Benfica é inexistente para fora e ineficaz para dentro. Garanto-vos que iremos reformular completamente o departamento de comunicação, implementar novos canais e uniformizar procedimentos internos, com o objetivo de garantir mais transparência, mas também mais conteúdos para os sócios e adeptos. Vamos abrir o Benfica aos adeptos, aproximá-los. O Benfica tem receio de abrir-se aos sócios, porque quem lá está dentro não quer ser alvo de crítica. Faz parte de exposição de se trabalhar no maior clube do mundo. Queremos investir nas nossas redes sociais e dar acesso a projetos independentes aos nossos jogadores de todas as modalidades. Iremos reestruturar a BTV e fazer uma aposta em novos conteúdos e novas pessoas, usando esses mesmos conteúdos para alimentar, por exemplo, o nosso YouTube. Aproximaremos mais o futebol, porque falta aos nossos atletas perceber o sentimento dos sócios. Há que insistir com mais informação sobre modalidades. Queremos que o departamento de comunicação seja uma das primeiras linhas de defesa do Benfica. Vamos arranjar uma estratégia de comunicação proativa, sempre com o objetico de defender o Benfica."