João Batista eliminou o Moreirense da Taça: "Pensavam que a bola ia para fora do estádio..."
Foi o herói da equipa da Liga 3 que eliminou o Moreirense, da I Liga, ao marcar o único golo. Poucos apostavam que o livre desse certo. Apesar de decisivo, o golo aos vizinhos de Moreira de Cónegos não foi tão importante, diz, como um que apontou à B SAD, pelo Vilaverdense. Esteve para ser profissional no Aves, mas não o deixaram.
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Batista, como é conhecido no mundo do futebol, ganhou créditos junto do plantel do Fafe, equipa sensação da Liga 3 que fez história na Taça de Portugal. O central, de 27 anos, marcou o golo que ditou a eliminação do Moreirense (1-0) na terceira eliminatória, num livre em que poucos acreditavam na possibilidade de dar golo. Estavam decorridos 67 minutos.
"Na brincadeira, alguns colegas pensavam que a bola ia para fora do estádio. Mas decidi assumir e fui feliz. A ideia era a bola passar pela barreira e bater no relvado, que estava molhado e ia dificultar a tarefa do guarda-redes. A bola acabou por sofrer um desvio e enganou o André Ferreira na mesma", contou o defesa-central que está a viver dias especiais.
Um golo para mais tarde recordar, mas que não está no topo das preferências do jogador, natural de Figueiró, no concelho de Paços de Ferreira. "Até agora, o golo mais importante da minha carreira foi contra a B SAD. Na altura, estava no Vilaverdense e apontei o golo que permitiu ao clube disputar a II Liga", recordou João Batista. "Infelizmente, houve muitos problemas quando o clube subiu à II Liga. São problemas que continuam a resolver-se", disse.
Aos 27 anos, João Batista ainda aponta ao objetivo de chegar ao principal escalão do futebol português e recordou o momento que o impossibilitou de assinar contrato profissional com o Aves, após o clube ter-se sagrado vencedor da Liga Revelação e da Taça Revelação, em sub-23, na temporada 2028/19. "O Aves queria assinar contrato profissional comigo, mas como fiz formação no Freamunde e no Paços de Ferreira, um desses clubes não quis abdicar dos direitos de formação. Isso impediu-me de chegar à I Liga. Nunca irei perdoar esse clube", revelou, sem divulgar, no entanto, o nome do emblema envolvido neste processo. "Mas acredito que ainda posso chegar ao principal escalão, basta os dirigentes portugueses olharem um pouco mais para o produto nacional. Há muita qualidade", esclareceu o jogador que cumpre a segunda época no clube minhoto.
Na quarta eliminatória da Taça de Portugal, o Fafe volta a receber uma equipa da divisão máxima, desta vez o Arouca, mas João Batista assume que o desejo é defrontar um dos grandes portugueses. "Não temos nada a perder e muito a ganhar. A pressão estará sempre do lado do Arouca. Gostava muito de visitar um dos três grandes na Taça e sentir as sensações dos grandes palcos", expôs o defesa que virou herói em Fafe.